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Tiroteios trazem temor de novos ataques na madrugada

Cinco supostos traficantes foram mortos em confronto com a polícia

Por Agencia Estado
Atualização:

Tiroteios e mais um ônibus queimado trouxeram aos cariocas o temor de uma nova onda de ataques de bandidos na madrugada deste sábado. Cinco supostos traficantes foram mortos em confronto com a polícia na Favela do Muquiço, na zona oeste, por volta das 20 horas. Duas horas mais tarde, um tiroteio entre policiais e traficantes dentro da Cidade de Deus, em Jacarepaguá, provocou pânico entre os motoristas que passavam nas ruas e avenidas em torno da segunda maior favela da zona oeste do Rio. Por alguns minutos, o tráfego ficou interrompido na Rua Marechal Mendes Salazar, que cruza a comunidade. De acordo com policiais do 18º Batalhão de Polícia Militar (BPM), os traficantes tentaram fechar a via ateando fogo em um sofá, mas foram impedidos pela polícia, que reagiu. A polícia não sabia se os traficantes articulavam um novo ataque. Um ônibus da Viação Glória foi queimado, também na noite desta sexta-feira em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, por volta das 20h10 na Estrada de Madureira, no bairro Jardim Paraíso. O Corpo de Bombeiros foi para o local e o fogo foi controlado. Não havia informações sobre feridos. Os incidentes aconteceram horas depois de o secretário de Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, ter prometido, na tarde de sexta-feira, que os ataques não voltariam a ocorrer. "Não vai acontecer mais nada, estou convencido disso", disse ele, referindo-se ao dia de terror vivido pelos cariocas, na quinta-feira. Apesar de negar que haja divergências com o secretário de Segurança, Roberto Precioso, ele, classificou de "inocência olímpica" alguém acreditar na possibilidade de os ataques terem sido motivados pela mudança de governo, tese defendida na última quinta-feira por Precioso. Segundo Santos, informações do serviço de inteligência da polícia mostram que não há ordens para novos ataques. Ataques Os ataques da madrugada de quinta-feira, dia 28, foram liderados por diferentes facções criminosas, segundo autoridades. Os ataques deixaram 18 mortos e mais de 25 feridos. Entre os mortos há nove civis, sete suspeitos de envolvimento nos ataques e dois policiais militares. Durante a madrugada de sexta, foram registrados dois ataques, sem vítimas. A Polícia Militar reforçou o patrulhamento nas ruas, mas o policiamento nos pontos fixos foi abandonado, depois que cabines e delegacias foram metralhadas durante a madrugada desta sexta-feira, por volta da 1h30 da manhã, segundo o programa RJTV. Na favela da Rocinha, apenas uma viatura estava parada na entrada do morro na manhã desta sexta-feira, mesma situação do Complexo da Maré, na Linha Vermelha, onde policiais trocaram tiros com suspeitos na madrugada. Reforço Depois dos ataques da madrugada de quinta, as polícias militar e civil do Estado anunciaram o plano de segurança para o réveillon com participação de 20.734 policiais no Estado. O número de 14.234 PMs representa um aumento de 20% em relação a 2005. De acordo com o site NoMínimo, o prefeito César Maia (PFL) "pediu patrulhamento de tropas do Exército para as vias expressas até o réveillon". Contudo, esta decisão cabe à governadora Rosinha Matheus(PMDB), que rejeitou nesta tarde qualquer ajuda de forças federais na cidade. Para conter os criminosos, a PM contará com o auxílio de 92 carros da Polícia Civil, que ficarão responsáveis pelas redondezas de morros controlados pelo tráfico de drogas, desde esta quinta até o dia 2 de janeiro. "Vamos reforçar o policiamento das carceragens e impedir que saia qualquer tipo de ordem de dentro dos presídios", garantiu o chefe da Polícia Civil, delegado Ricardo Hallak. Principais ataques A seguir, os principais ataques registrados no Rio na quinta-feira: - Dois policiais militares são atacados na Avenida Ayrton Senna, na Barra da Tijuca, zona oeste. Um PM morre, outro fica ferido e um suspeito é morto - Criminosos disparam contra uma cabine da PM em Botafogo, na zona sul, matam uma vendedora ambulante, que trabalhava próximo aos policiais - Dois ônibus são incendiados na Avenida Brasil. Em um deles, não há feridos. No outro, sete passageiros morrem carbonizados - A Delegacia de Polícia de Campinho, na zona norte, é metralhada. Um homem que registrava queixa no local morre - A Delegacia de Repressão a Entorpecentes do Grajaú, na zona norte, é metralhada - Um PM que estava parado em um veículo é morto

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