15 de outubro de 2010 | 00h00
Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa
Paulo Vieira de Souza, suposto arrecadador de recursos para campanhas do PSDB, avisou ontem: "Todos aqueles que falarem de mim vão ter que responder na Justiça."
O recado teve um destino: a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, que no debate promovido pela TV Bandeirantes, domingo passado, atribuiu a ele suposto desvio de R$ 4 milhões do caixa tucano.
Souza reuniu-se e almoçou com seu advogado, o criminalista José Luís Oliveira Lima. O encontro foi no 32.º andar do Edifício Itália, coração de São Paulo, onde fica o escritório do advogado.
O ex-diretor administrativo e financeiro da empresa Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), cargo do qual foi demitido em 9 de abril, não revelou exatamente sua estratégia diante da ofensiva do PT que contra ele representou à Procuradoria-Geral de Justiça com pedido de inquérito para investigar seus movimentos e suposto tráfico de influência de sua filha, a advogada Priscila Arana de Souza.
Ele se disse disposto a cobrar na Justiça, via queixa crime e ação de danos morais, aqueles que considera seus detratores. Incluiu nessa lista o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, que lhe teria imputado desvio de dinheiro do partido - o tucano nega categoricamente que tenha feito tal denúncia.
Às 13h46, Souza despediu-se do advogado, já na Avenida Ipiranga, e caminhou a passos rápidos até um estacionamento na São Luiz, onde um motorista o aguardava. A bordo de um Corolla preto, EMX-6196, disparou pelas ruas do centro.
Entre o escritório e o carro, Souza conversou com a reportagem do Estado.
O sr. vai tomar alguma medida contra a candidata do PT Dilma Rousseff?
Todos aqueles que falarem de mim vão ter que responder na Justiça.
Eduardo Jorge já negou que o tenha acusado de desvio de recursos. Mesmo assim vai processá-lo?
Estou processando Eduardo Jorge, que aliás nem conheço. Eles vão ter que provar o que estão dizendo sobre mim.
José Serra disse inicialmente que não o conhecia. Vocês se conhecem?
O Brasil inteiro me conhece.
O sr. vai falar sobre as acusações do PT?
Só depois das eleições.
Qual atividade o sr. está exercendo?
Nada a declarar.
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