Trabalhadores ameaçam parar ônibus de Fortaleza após dois dias de ataques criminosos

Governador classificou ações como terrorismo; policiamento foi reforçado e, por enquanto, Estado não cogita acionar Força Nacional de Segurança

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Por Bibiana Borba
Atualização:
Ônibus foram queimados em Fortaleza e Região Metropolitana Foto: Thiago Gadelha / Diario do Nordeste

SÃO PAULO – Depois de dois dias de incêndios a ônibus em Fortaleza (CE) e Região Metropolitana, trabalhadores do transporte público divulgaram comunicado no qual ameaçam iniciar uma greve caso a onda de violência nas ruas não seja contida. O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Ceará (Sintro) convocou os empresários a recolherem os coletivos e alega que os funcionários não devem ser obrigados a trabalhar enquanto não houver garantia de segurança. 

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Cerca de 30 ataques criminosos foram registrados durante a quarta e a quinta-feira: mais de 20 coletivos foram queimados, além de outros veículos públicos, sedes policiais e agências bancárias. Um cobrador, um motorista e um acusado de participação nos crimes estão internados com queimaduras.

Nesta sexta-feira, 21, feriado de Tiradentes, apenas algumas linhas foram retiradas de circulação e outras desviam de regiões consideradas mais perigosas. A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS) divulgou que o policiamento está sendo reforçado por agentes transferidos de funções administrativas e policiais que estariam de folga. Ao menos 18 suspeitos de envolvimento nos crimes foram presos até o momento.

As ações coordenadas foram uma retaliação pela transferência de detentos de presídios. Em carta deixada em um dos ônibus, os bandidos ameaçaram explodir prédios públicos e praticar atentados contra inocentes se o governo seguir "mexendo com as unidades prisionais”.

Em entrevista coletiva realizada ontem, o governador cearense, Camilo Santana (PT), confirmou que líderes de facções foram transferidos para presídios federais nos últimos dias. Ele classificou os ataques como terrorismo e garantiu que o Estado não irá se intimidar diante das ameaças.

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