Tradição não empolga com samba antigo

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

"Contos de areia", o belo samba que ajudou a Portela a alcançar o primeiro lugar na inauguração do Sambódromo, em 1984, não foi suficiente para levantar o público o durante o desfile da Tradição - que o reeditou justamente na tentativa de resgatar a magia da apresentação de vinte anos atrás. Primeira escola a passar pela avenida no segundo dia dos desfioles, a agremiação lembrou três portelenses ilustres, Clara Nunes, Natal e Paulo Benjamim de Oliveira. A homenagem confundiu o espectador desavisado desde o início do desfile: o abre-alas trouxe a águia da Portela e enfeites mostrando os anos em que ela foi campeã do carnaval. Mas, para mostrar que a vez era da Tradição, logo atrás veio seu símbolo, o condor. A escola foi fundada por um grupo dissidente da Azul-e-Branco justamente no ano em que a Portela levou o primeiro lugar, junto com a Mangueira. A separação foi oficializada meses depois da folia. A apresentação da Tradição foi recheada de esculturas e fantasias de baianas e de orixás do candomblé - Oranian, Oxóssi e Iansã simbolizaram os homenageados. A passagem foi alegre, mas sem originalidade e luxo, o que pode significar que uma volta ao grupo de acesso (nos últimos anos, a agremiação tem passado por idas e vindas). Os componentes cantaram o samba de Dedé da Portela e Norival Reis com empolgação, mas não conseguiram contagiar a platéia, com exceção da que se concentrava nos setores populares. Resultado: o objetivo da Liga Independente das Escolas de Samba ao permitir a reedição de enredos do passado, de fazer a Sapucaí cantar em coro belas canções já testadas e aprovadas, não foi alcançado. A Tradição não levou à Passarela do Samba muitos famosos. Apresentou, no lugar de celebridades, belas mulheres de corpos esculturais e samba no pé, como a rainha de bateria Priscyla Vidal. Ela dividiu espaço com a modelo Roseane Pinheiro. Leia abaixo a cobertura dos desfiles no Rio de Janeiro 1º DIA   Última a desfilar, Portela arranca gritos de "É campeã!"    Mangueira contra a trajetória do ouro de Minas até o Rio    Grande Rio entra na avenida com carros alegóricos censurados    História e tecnologia marcam o desfile da Salgueiro    Unidos da Tijuca festeja a criatividade dos cientistas    Caprichosos homenageia Xuxa, mas não empolga    São Clemente abre desfile com críticas políticas e sociais 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.