Traficante chefiava rede nacional de dentro da cadeia

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Por Agencia Estado
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A prisão de seis traficantes de cocaína em São Caetano do Sul (SP) revelou a existência de um esquema de tráfico de drogas chefiado pelo preso Orlando Marques da Silva, de 40 anos, de dentro da Casa de Prisão Provisória de Goiás (CPP). A Polícia Federal acusa o diretor da CPP de Goiás, delegado Ronaldo Alexandre, de ter facilitado, por pelo menos cinco vezes, a saída do traficante do presídio, além de lhe ter concedido diversos privilégios. O delegado foi afastado da diretoria da CPP. Para o Ministério Público de Goiás, há fortes indícios de que o traficante e o delegado teriam viajado juntos no avião de Orlando para a fazenda dele, em Palmeirópolis, no Estado de Tocantins. Este fato levou o promotor Haroldo Caetano a anunciar o pedido de quebra de sigilo bancário do delegado. "Já temos comprovado que houve pelo menos crime de prevaricação", afirmou. O promotor afirmou que o traficante tinha a chave da cadeia e vivia longe das celas comuns, em uma sala da enfermaria com TV, videocassete e frigobar. Pelo celular, Orlando coordenava uma grande rede de tráfico de cocaína, que agia em todo o País, principalmente em São Paulo. A Polícia Federal descobriu que o traficante deixou a cadeia diversas vezes e se hospedou em um hotel cinco estrelas de Goiânia. Segundo a PF, em suas saídas do presídio, o traficante era acompanhado pelo carcereiro Divino Abreu de Lima, que trabalhava como motorista do diretor do presídio. A Polícia Federal prendeu também a mulher de Orlando, Andréia Silva Cardoso, que vivia em um apartamento de luxo em Goiânia. A Secretaria de Segurança Pública afastou Ronaldo Alexandre da diretoria do presídio e informou que ele só vai falar sobre o caso depois que as investigações estiverem concluídas. O major Mauro Teixeira Cândido assumiu interinamente o controle da CPP.

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