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Traficante é encontrado morto em Bangu 3

Polícia acredita que Nei Sapo morreu por asfixia

Por Agencia Estado
Atualização:

O traficante Neifrance da Silva Nunes, o Nei Sapo, de 35 anos, foi encontrado morto na manhã desta sexta-feira, 1º, na Penitenciária Serrano Neves (Bangu 3). O corpo estava enrolado num lençol, em posição fetal, no chão da galeria B-7, que ele dividia com outros 61 detentos. A causa provável da morte é asfixia. A direção do presídio abriu sindicância para apurar a morte do preso, que também será investigada pela 34ª Delegacia de Polícia (Bangu). Nei Sapo era chefe do tráfico de drogas na Favela de Jacarezinho, ligado ao Comando Vermelho. Ele respondeu à chamada feita pelos guardas às 7h30, para conferir a presença dos presos. Mas quando foi chamado para encontrar-se com seu advogado, não apareceu. O agente penitenciário que foi procurá-lo na cela já o encontrou morto. O crime aconteceu um ano depois do assassinato do traficante Marcos Antônio da Silva Tavares, o Marquinho Niterói, braço-direito de Fernandinho Beira-Mar. Niterói foi asfixiado e seu corpo enrolado num lençol. O crime também aconteceu numa sexta-feira, em Bangu 3. Nos dois casos, a polícia acredita que as mortes tenham sido decididas pela cúpula do Comando Vermelho. O assassinato de Nei Sapo pode estar ligado à prisão de Luciene Marques da Silva, há duas semanas. Ex-mulher do traficante, ela é a principal suspeita de ser mandante do roubo de R$ 1 milhão da casa da mãe de Nei Sapo, a professora Nilce Janete da Silva, em 2004. O grupo que invadiu a casa da professora também a assassinou. Luciene estava foragida desde então e foi presa em Itaperuna, no interior do Estado. Três homens que foram até a cidade para seqüestrá-la e recuperar o dinheiro também foram presos. A morte da professora Nilce Janete da Silva foi punida de acordo com as leis do tráfico. O acusado de ter cometido o crime foi torturado e morto com cinco tiros em janeiro de 2004, uma semana depois do assassinato de Nilce. O corpo dele, decapitado, foi pendurado numa passarela da Avenida Leopoldo Bulhões, em Manguinhos. Ao lado, um cartaz trazia a inscrição "matou família de amigo". Nei Sapo havia sido condenado a 48 anos de prisão por crimes como tráfico, homicídio, formação de quadrilha, associação para o tráfico e porte ilegal de armas. Ele cumpria pena havia seis anos e um mês e passou parte desse período no presídio de segurança máxima de Bangu 1.

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