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Traficante pede para ser transferido de Bangu I

Por Agencia Estado
Atualização:

O advogado do traficante Celso Luiz Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, Luiz Carlos de Andrade, envia amanhã um ofício à Secretaria de Segurança e à governadora Benedita da Silva (PT), pedindo a transferência do seu cliente do presídio de segurança máxima Bangu 1, para onde voltou no sábado. Celsinho está mantido em isolamento porque teria sido ameaçado de morte. ?O Estado é responsável pela integridade dele. O que eles pretendem? Mantê-lo num cubículo até o fim da pena??, indagou Andrade. O advogado disse que esteve com Celsinho no sábado e encontrou seu cliente preocupado. "Ele não esperava pela transferência e disse que estranhou muito isso. Celsinho começa a achar que há um jogo de interesse para que ele seja assassinado". Desde a rebelião que destruiu o presídio, em 11 de setembro, na qual quatro ex-aliados de Celsinho foram mortos, o traficante ficou preso no Comando de Policiamento do Interior de Niterói, onde também se queixava das condições da carceragem. A coordenadora de Segurança e Justiça da Secretaria de Estado de Segurança, Jacqueline Muniz, respondeu às insinuações do advogado. ?Os presos que adquirem visibilidade tem por praxe pedir seguro. Sobretudo após um incidente (como o que houve em Bangu). A nós interessa que eles estejam vivos para que possam colaborar e sejam julgados", garantiu. Ela confirmou que a secretaria foi informada das ameaças a Celsinho, mas disse não divulgará as medidas tomadas por questões de segurança. Na rebelião de Bangu 1, quando integrantes do Comando Vermelho mataram os principais líderes da facção Amigo dos Amigoso, Celsinho da Vila Vintém foi poupado. Ele teria acertado se aliar a Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, para permanecer vivo. Todos os presos que estavam na mesma galeria do traficante e sobreviveram à chacina foram remanejados para outras unidades do Departamento do Sistema Penitenciário. Celsinho foi o único que voltou para Bangu 1. Andrade quer a transferência de seu cliente para uma cela do presídio Dias Milton Moreira, no Complexo da Frei Caneca, no Centro da cidade. Ele tem o apoio do corregedor unificado das Polícias, Aldney Zacharias Peixoto, que recebeu denúncias sobre as ameaças de morte a Celsinho. Mas é pouco provável que Celsinho seja enviado para a aquela unidade ? foi de lá que o traficante fugiu, em outubro de 1994, após pagar cerca de R$ 90 mil a quatro agentes penitenciários. Foi recapturado em 1996 e conseguiu escapar novamente, do Hospital Penitenciário do Complexo da Frei Caneca. Está em Bangu 1 desde maio deste ano, depois de ter sido preso em casa.

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