Traficante preso em Bangu 1 pode ter ordenado ataque à prefeitura

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Por Agencia Estado
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O traficante Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, preso em Bangu 1, é suspeito de ter ordenado o ataque à sede da prefeitura, na última segunda-feira. A polícia fez a ligação do traficante com o atentado depois que recolheu cápsulas de fuzil calibre 7.62 da marca americana Wolf no local do crime. Somente em três ocasiões a polícia havia apreendidos balas desse fabricante no Rio. Numa delas, o ataque à 27.ª Delegacia de Polícia (Vicente de Carvalho, zona norte), os tiros foram disparados pela quadrilha de Uê. O chefe da Polícia Civil, delegado Zaqueu Teixeira, informou que serão feitos exames de balística para comparar se os tiros disparados contra a prefeitura partiram da mesma arma usada no ataque à delegacia. "Se isso se comprovar, Ernaldo Pinto de Medeiros ficará ligado a esse fato ocorrido (atentado à prefeitura)", disse Zaqueu, ressaltando que essa é apenas uma das linhas de investigação. Ele não revelou as outras hipóteses levantadas. De acordo com as investigações da Polícia Civil, a bala fabricada pela Wolf sai dos Estados Unidos por uma rota de contrabando que passa pela África e Argentina até chegar ao Brasil, seguindo pelo Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso e tem o ponto final no Rio de Janeiro. "São mais de três mil quilômetros até chegar aqui", calculou o secretário de Segurança Pública, Roberto Aguiar. De acordo com Teixeira, não houve coincidência dos calibres utilizados nos ataques à prefeitura e à Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos, em 15 de maio, quando dois funcionários ficaram feridos. Os criminosos fizeram disparos de calibre 5.56 e deixaram um cartaz, ameaçando responder à bala ataques aos "irmãos da cadeia". Naquela ocasião, a polícia havia prendido familiares de Uê. O ataque à 27.ª DP ocorreu em abril, deste ano. Criminosos do Morro do Juramento, haviam formado um "bonde" (comboio de traficantes) e disparam contra um carro da PM, um posto policial e metralharam a delegacia. Policiais da 28.ª Delegacia de Polícia (Campinho) também apreenderam cápsulas fabricadas pela Wolf. Zaqueu Teixeira não soube precisar em que ocasião.

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