Traficantes ameaçam escolas de Campinas

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Por Agencia Estado
Atualização:

A secretária de Educação de Campinas, a 100 quilômetros de São Paulo, Corinta Maria Grisoli Geraldi, vai reunir-se nesta quarta-feira com diretoras de escolas de bairros da zona oeste da cidade para discutir medidas de segurança e proteção aos alunos. Nesta segunda-feira, mães de estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Francisco Silva, no Jardim Londres, proibiram os filhos de irem às aulas no período vespertino porque foram informadas de que traficantes do bairro ameaçavam invadir o prédio às 14 horas. Gangues rivais A polícia foi acionada e não registrou nenhum incidente. O medo, porém, continua rondando os moradores. Eles contam que há pelo menos duas gangues rivais de traficantes na região, principalmente nos bairros Jardim Londres, Jardim Nóbrega, Vila Castelo Branco e Jardim Garcia. Nos dois últimos, os traficantes decretaram toque de recolher às 21 horas desde a semana passada, conforme moradores, que preferem não se identificar. Os alunos de períodos noturnos passaram a organizar grupos para percorrer o caminho até a escola, temendo represálias. Clima de insegurança O Centro de Saúde da Vila Castelo Branco está fechando mais cedo, às 19 horas, duas horas antes do horário regular. Alguns comerciantes também optaram por antecipar o fim do expediente, para que os funcionários possam estar em casa às 21 horas. Corinta comentou que solicitou apoio à Guarda Municipal de Campinas para reforçar o policiamento nos bairros e garantir o acesso de estudantes às escolas, principalmente no período noturno. "A região vive um clima de insegurança", afirmou. Segundo a Secretaria, devem participar da reunião desta quarta-feira representantes das escolas estaduais Mário Natividade (ensino fundamental), do Jardim Nóbrega; Carlos Lencastre (fundamental e médio), do Jardim Garcia; Antonio Fernandes (fundamental e médio), da Vila Castelo Branco; e da escola municipal Padre Francisco Silva (fundamental), Jardim Londres. PM diz que não há toque de recolher O comandante da 3ª Companhia do 35º Batalhão de Polícia Militar de Campinas, capitão Rudyard Robert da Silva, responsável pela região, disse que não há toque de recolher em nenhum dos bairros. O capitão comentou que a área não pode ser colocada entre as mais violentas da cidade. Segundo ele, não há quadrilhas de traficantes atuando no local. "É difícil falar hoje em dia onde não há tráfico. Pode até haver disputa entre traficantes menores por pontos de venda nesses bairros, mas é coisa pequena", explicou. Apesar disso, Silva disse que intensificou a ronda nos bairros, principalmente nas escolas. Mas não informou quantas viaturas foram destacadas para o policiamento na região.

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