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Traficantes atacam e Garotinho manda ocupar morros na Tijuca

Por Agencia Estado
Atualização:

Pela segundo dia consecutivo, policiais do Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope) foram atacados com granadas no Rio. Os ataques de hoje aconteceram nos morros do Querosene e de São Carlos, no Estácio, centro. Três policiais foram feridos. O carro blindado da corporação - apelidado de Caveirão - teve dois pneus estourados. Após a ação dos traficantes, o governador Anthony Garotinho (PSB) determinou a ocupação de todos os morros da Tijuca onde houve confrontos recentes e também daqueles que compõem o complexo do São Carlos, exceto o Morro dos Prazeres. Enquanto São Carlos e Querosene foram ocupados pelo Bope, Coroa, Fogueteiro, Fallet, Mineira e Zinco estão sob controle do 1.º BPM, do Batalhão de Choque e do Grupamento Especial Tático Móvel (Getam). O coronel Venâncio Moura, comandante do Bope, afirmou que, na madrugada de ontem, 20 homens de sua equipe trocaram tiros com cerca de 50 traficantes, que usaram pelo menos 10 granadas. O confronto durou mais de duas horas. Na madrugada da segunda, o Caveirão perdera um pneu, também devido a uma granada, na favela da Casa Branca, na Tijuca, zona norte, invadida por aproximadamente 50 bandidos. Na manhã de hoje, policiais hastearam no topo do morro de São Carlos uma bandeira com o símbolo do Bope. "Vivemos uma guerra, é a luta pelo território. São traficantes em busca de mais áreas para vendas de drogas", disse Moura, que comparou a situação enfrentada pela PM fluminense com os conflitos no Oriente Médio. "No mundo inteiro, a polícia é preparada para ações preventivas. Hoje, no Rio, a PM tem que se preparar para a guerra", afirmou. O coronel destacou que os traficantes dos morros cariocas usam armamentos típicos de conflitos internacionais, como os fuzis AK-47 (versão chinesa), G3 (de fabricação alemã) e AR-15 (norte-americanos), além de granadas. O Bope foi acionado no início da madrugada, depois que uma patrulha do 1.º Batalhão da PM (Estácio) foi metralhada por um grupo de criminosos, e chegou ao Querosene por volta de 1h30, quando a primeira granada foi lançada contra o blindado. Três policiais que estavam fora do veículo foram feridos. No caso mais grave, o soldado Rogério Oliveira, atingido nas costas, teve os pulmões drenados. O sargento Marins, com um estilhaço no olho direito, também foi operado. O soldado Vaz foi ferido no rosto. Todos foram atendidos no Hospital Central da PM e não correm risco de vida. Às 2h30, teve início um tiroteio que durou mais de duas horas, e outras granadas foram usadas pelos bandidos. O coronel Venâncio Moura classificou como anormal a quantidade de criminosos e armamentos que o Bope enfrentou no local. "Normalmente, só encontramos resistência por, no máximo, 15 minutos", disse. Como o Querosene e o São Carlos são controlados por traficantes do Terceiro Comando (TC), Moura disse acreditar que eles poderiam estar preparando uma retaliação ao Comando Vermelho (CV), que na madrugada de segunda tentou tomar o Morro da Casa Branca, deixando quatro mortos e quatro feridos. O Casa Branca é um dos poucos morros da Tijuca nas mãos do TC e continua sob ocupação da PM.

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