Tráfico invade Igreja da Penha para vigiar polícia no Rio

D. Orani confirma utilização da torre por criminosos que monitoram região na zona norte carioca

PUBLICIDADE

Por Alfredo Junqueira
Atualização:

Marco religioso e turístico do Rio, a Igreja Nossa Senhora da Penha, na zona norte da cidade, vem sendo usada por traficantes de drogas de favelas para monitorar a movimentação de policiais na região. A informação foi confirmada ontem pelo arcebispo do Rio, d. Orani Tempesta, durante a procissão da 374ª Festa de Nossa Senhora da Penha, que passou por várias ruas do bairro - muitas delas palco da mais recente guerra travada entre gangues de traficantes e a polícia fluminense, que deixou saldo de 46 mortes. Erguido sobre um monte rochoso, o santuário é cercado por favelas e tem vista panorâmica de vários bairros da área disputada por criminosos. "Quando há um problema qualquer, eles (traficantes) usam a torre para olhar quem está chegando", afirmou o arcebispo, que não soube informar, no entanto, se os criminosos entram armados na igreja. "Essas coisas acontecem em tudo quanto é lado. Não só em igrejas, mas também em casas e outros locais. Faz parte dessa guerra urbana. Acho que é uma preocupação de todos nós. A Igreja não está isenta disso."

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.