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Tragédia da boate Kiss completa um mês e Santa Maria homenageia mortos

Manifestações se espalham pela cidade gaúcha desde o início da manhã; Incêndio na casa noturna durante um show deixou 239 mortos

Por Elder Ogliari
Atualização:

PORTO ALEGRE - Os moradores de Santa Maria homenagearem os 239 mortos da tragédia da Kiss ao amanhecer desta quarta-feira, 27, quando a tragédia completou um mês. Denominada "Minuto do Barulho", a manifestação convocada pela associação dos familiares das vítimas espalhou-se por toda a cidade.

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No centro, centenas de pessoas se concentraram na praça Saldanha Marinho e na rua dos Andradas, diante da casa noturna, e por vários minutos aplaudiram as vítimas. Quem não estava na rua, fez o mesmo da janela das casas. Os motoristas acompanharam acionando a buzina de seus automóveis. Ao mesmo tempo, as igrejas tocaram seus sinos. As homenagens prosseguem durante o dia com uma caminhada pelas ruas. À noite haverá uma missa na Basílica da Medianeira.

Entenda. O incêndio com mais mortes nos últimos 50 anos no Brasil causou comoção nacional e grande repercussão internacional. Em poucos minutos, mais de 230 pessoas - na maioria jovens - morreram na boate Kiss de Santa Maria - cidade universitária de 261 mil habitantes na região central do Rio Grande do Sul.

A tragédia começou às 2h30 do dia 27, um domingo, quando um músico acendeu um sinalizador para dar início ao show pirotécnico da banda Gurizada Fandangueira. No momento, cerca de 2 mil pessoas acompanhavam a festa organizada por estudantes do primeiro ano das faculdades de Tecnologia de Alimentos, Agronomia, Medicina Veterinária, Zootecnia, Tecnologia em Agronegócio e Pedagogia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A maioria das vítimas, porém, não foi atingida pelas chamas - 90% morreram asfixiadas.

Sem porta de emergência nem sinalização, muitas pessoas em pânico e no escuro não conseguiram achar a única saída existente na boate. Com a fumaça, várias morreram perto do banheiro. Na rua estreita, o escoamento do público foi difícil. Bombeiros e voluntários quebraram as paredes externas da boate para aumentar a passagem. Mas, ao tentarem entrar, tiveram de abrir caminho no meio dos corpos para chegar às pessoas que ainda estavam agonizando. Muitos celulares tocavam ao mesmo tempo - eram pais e amigos em busca de informações.

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