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Trajetória entrelaça partido e sindicato

PERFILMaria Izabel NoronhaPresidente DA APEOESP

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Por Redação
Atualização:

Na semana passada, quando ameaçou utilizar a greve dos professores "para quebrar a espinha dorsal desse partido e desse governo", referindo-se ao PSDB e ao tucano José Serra, Maria Izabel Noronha não imaginou que a frase fosse lhe causar problemas. Afinal, ataques diretos ao governador e ao tucanato têm sido constantes em seus discursos como presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), desde que assumiu o cargo em 2008.

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Nessa greve ela já o chamou de "inimigo da educação". Também disse que, se eleito para o Planalto, ele "vai acabar com tudo que nós construímos".

Nós, quem? É provável que ela se referisse à militância do PT - partido ao qual se filiou há mais de vinte anos e à sombra do qual construiu sua carreira sindical.

Bebel, como é conhecida a líder sindical que preside a Apeoesp, nunca escondeu essa fidelidade partidária. No ano passado, ao discursar diante de uma assembleia de professores da cidade de Diadema, na Grande São Paulo, que cobravam o cumprimento de uma promessa feita pelo prefeito petista Mário Reali, disse: "Sou do Partido dos Trabalhadores e não esperava esse descumprimento da palavra do prefeito".

Os vínculos entre o PT, Bebel e a Apeoesp são visíveis por toda parte. A seguir, três exemplos disso. 1) A entidade que ela dirige é filiada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), braço forte do PT no sindicalismo nacional. 2) Em 2006, no governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva, ela passou a integrar a Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação. 3) Na semana passada, ela foi uma das convidadas de honra na abertura do 2º Congresso da Mulher Metalúrgica, organizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ao lado de Lula e da pré-candidata Dilma Rousseff, do PT.

Bebel, que não diz a idade, nasceu em Piracicaba, a 150 quilômetros de São Paulo, e hoje mora Águas de São Pedro, na mesma região. Elegante no vestir e muito bem articulada nas conversas particulares e nos discurso, ela entrou para a rede estadual de ensino há 24 anos.

Graduou-se na Universidade Metodista de Piracicaba em 1985 e, dez anos depois, concluiu o mestrado. Seus registros na rede pública indicam que ensina língua portuguesa.

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Assumiu a presidência da Apeoesp em julho de 2008, com os votos de 56,16% dos 66.175 professores que votaram naquele pleito. Substituiu Carlos Ramiro de Castro, outro petista de longa trajetória, primeiro suplente do senador Eduardo Suplicy.

É o seu segundo mandato. O primeiro foi entre 1999 e 2002. Nas duas ocasiões se afastou da escola para cuidar da atividade sindical - atividade que a atrai muito. Na Apeoesp, já foi secretária de finanças; vice-presidente, secretária de organização, coordenadora da subsede.

Agora a militante, que misturou de forma indissociável as suas trajetórias partidária e sindical, corre o risco de um processo no TSE.

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