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Trânsito de outras cidades pode atingir até a Marginal

Por Daniel Gonzales
Atualização:

Motoristas de cidades vizinhas também podem sobrecarregar a Marginal do Tietê, fugindo do pedágio. A opinião é do especialista em engenharia de trânsito Carlos Alberto Bandeira Guimarães, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Segundo ele, moradores de Barueri e Alphaville criaram um uso paralelo para o Rodoanel: acessam a via como uma "ligação de perímetro" para vir a São Paulo trabalhar. Originalmente, o Rodoanel foi concebido para fazer caminhões trafegarem entre rodovias, sem atrapalhar o trânsito na capital, especialmente nesse trecho. "Agora, para esses motoristas, pode compensar fugir, mas só a observação do fluxo de tráfego depois que começar a cobrança vai indicar se houve escape ou não." Já a concessionária RodoAnel, que administra o trecho oeste, afirma que, quando "fizerem as contas", os motoristas verão que não compensará fugir dos pedágios. Quem diz isso é o engenheiro Carlos Costa, um dos responsáveis pela arrecadação nos 13 pedágios que começam a funcionar amanhã. "É uma tarifa baixa e, por esse preço, vai valer a pena." Segundo ele, "certamente" haverá motoristas que vão optar pelas rotas alternativas. "Mas isso só ocorrerá até as pessoas saberem do valor. Se você considerar que um litro de gasolina custa R$ 2,50 e o acréscimo de tempo que haverá em caminhos paralelos, o valor do pedágio é baixo", argumenta. Segundo ele, foram feitas pesquisas com motoristas, com apoio do Estado. "Quando se perguntava até qual valor as pessoas topariam pagar, muitos falavam R$ 3. Por R$ 1,20, a maioria dizia que utilizaria o Rodoanel." O contrato de concessão prevê a aplicação de R$ 465 milhões em melhorias em 30 anos. O engenheiro explica que os desníveis do pavimento de concreto serão eliminados e o Rodoanel será dotado de telefones de emergência e câmeras. Também está prevista a construção de vias marginais no Bairro Padroeira, em Osasco. O contrato estabelece ainda repasse de R$ 2 bilhões ao Estado, para a construção do trecho sul, que vai interligar Imigrantes e Anchieta ao Rodoanel. Por dia, os pedágios vão arrecadar R$ 200 mil. Mas a discussão ainda terminará no Judiciário. Com base em uma lei de 1953, o deputado estadual Carlos Gianazzi, líder do PSOL na Assembléia, pediu ao MP para impedir a cobrança. A lei estabelece que "não serão instalados postos de cobrança de taxa de pedágio dentro de um raio de 35 km, contados do marco zero (Praça da Sé)". No entanto, grande número de praças de pedágio já estão instaladas a menos de 35 km e nunca foram proibidas judicialmente.

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