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Trânsito não é prioridade para Kassab

Por Viviane Kulczynski e
Atualização:

O engenheiro Gilberto Kassab (DEM), de 48 anos, toma posse hoje, em cerimônia a partir das 15 horas, como o primeiro prefeito reeleito de São Paulo. Após 33 meses no cargo - em abril de 2006, como vice de José Serra (PSDB), assumiu o posto com a saída do titular, que disputou e assumiu o governo do Estado -, Kassab agora tem a bênção de 3.790.558 milhões de votos (60,7% dos válidos) recebidos no 2ª turno. Eleito pela coligação São Paulo no Rumo Certo (com PR, PMDB, PRP, PV e PSC), bateu a candidata do PT, Marta Suplicy (39,3% dos votos) e segue no comando da cidade de maior orçamento do País (R$ 27,5 bilhões). Com o desafio de apresentar à sociedade um político além da Lei Cidade Limpa, terá de correr contra o tempo para realizar as novas promessas e concluir as antigas. Como o Estado revelou na edição de ontem, a gestão deixa um passivo equivalente a R$ 5 bilhões. A maioria dos projetos e obras inacabados se concentra nas áreas de transportes, habitação e revitalização do centro. Mas os desafios atingem todas as áreas. CARROS-CHEFE Diante do quadro, Kassab promete empenhar forças em duas frentes que ele aponta como as grandes marcas do mandato anterior: saúde e educação. "Temos 5 milhões de pessoas que dependem do ensino público em São Paulo e 7 milhões de pessoas que dependem da saúde pública", afirmou em entrevista ao Estado, na sexta-feira passada (leia na página C3). "Nunca se fez tanto em saúde e educação, que é o carro-chefe da nossa administração, a nossa marca." Mas e o trânsito, prefeito? "Você não quer que eu repita os erros de administrações anteriores, pensar no curto prazo, me preocupar em colocar nome em placa e não fazer a lição de casa, não é?" Os paulistanos, que viram em 2008 índices de congestionamentos serem batidos sucessivamente (o caos: 266 km de lentidão, às 19h30 do dia 9 de maio), terão de esperar. O tema não é prioridade. Kassab prefere apostar em planos de longo prazo e cita sempre os investimentos em parceria com o Estado na ampliação do Metrô. "Na nossa gestão, (o investimento foi de) R$ 1 bilhão." E deposita esperanças no Rodoanel, outra obra tocada pelo Estado, para desafogar as Marginais e liberar os caminhos pela cidade. "A grande transformação é daqui a um ano, quando tivermos a conclusão do trecho sul. Aí vamos ter uma reanálise do trânsito na cidade." Alguma grande mudança no horizonte? Definitivamente, não. "São oito anos de uma mesma gestão. É o mesmo governo, a mesma filosofia. A cidade renovou o mandato (assumido em 2005 por Serra). Não tem por que mudar", diz Kassab, que promete ficar no cargo até o fim do mandato. "Chance zero", falou, sobre uma possível candidatura ao governo do Estado, em 2010. Ano, aliás, em que ele gostaria de ver Serra eleito presidente. "Ele é a pessoa mais bem preparada hoje na vida pública para se tornar presidente", enfatizou. Após seis anos sem férias, o prefeito deve descansar em fevereiro. Mas não revela onde.

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