Transmissores em presídios levam a mega vendedor de gás

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma investigação sobre radiotransmissores encontrados em presídios levou a polícia a prender ontem a um dos maiores distribuidores clandestinos de gás de cozinha em favelas do Rio. Valério Santos Pinheiro, de 42 anos, é apontado como o dono de uma rede de 85 radiotransmissores usados por traficantes do Comando Vermelho. Ele é também o proprietário de um grande depósito de botijões de gás, em Higienópolis, de outros dez depósitos menores, localizados em diversas favelas, e de uma casa lotérica, na Favela do Jacarezinho. Pinheiro, que pode ser condenado a até 15 anos de prisão, foi preso no Jacarezinho, zona norte, por associação para o tráfico de drogas, em operação conjunta da Coordenadoria de Inteligência da Polícia Civil (Cinpol), da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Ele está na carceragem da Polinter e responderá também a um processo da ANP. Sua distribuidora monopolizava a venda de gás em 12 favelas controladas pelo Comando Vermelho, entre elas Mangueira, Salgueiro e Boréu. No local, foram encontrados quatro caminhões, dois mil botijões e 12 rádios. Há meses a polícia investiga a intromissão de traficantes de drogas no comércio de gás. Em algumas favelas, os criminosos só permitem a entrada de distribuidoras que aceitem pagar uma espécie de taxa. Em outras, compram os botijões e os revendem aos moradores. Os traficantes também controlam depósitos clandestinos, como o que foi estourado ontem, e vendem carga roubada. O mesmo acontece com bebidas. Em todos os casos, o produto é vendido por preços superiores aos de mercado. A coordenadora da Cinpol, Marina Maggessi, disse que o ágio do gás varia de R$ 3,00 a R$ 8,00, dependendo do poder aquisitivo da favela. Ainda não há uma estimativa do valor que Pinheiro movimentava com seu comércio clandestino. A polícia acredita que o lucro era usado pelo Comando Vermelho para a compra de armas e drogas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.