Três executivos da Alstom são presos no Reino Unido

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Por Jamil Chade
Atualização:

CORRESPONDENTE / GENEBRATrês executivos do Conselho da Alstom foram presos no Reino Unido por suspeita de pagar ou deter informações do pagamento de propinas a funcionários públicos brasileiros e de outros países em troca de contratos.Com mais de 150 policiais britânicos, a ação de ontem ocorreu a pedido do Ministério Público da Suíça, que investiga a empresa francesa, inclusive seus contratos como o do Metrô de São Paulo. Na Suíça, as contas de 19 pessoas físicas e jurídicas brasileiras estão bloqueadas por conta da investigação.A suspeita é de que recursos saíam da sede da Alstom, na França, e eram transferidos para o escritório em Rugby, no Reino Unido, de onde o dinheiro poderia ser usado para corromper funcionários no Brasil e outros países emergentes. Segundo comunicado da polícia britânica, os três executivos ? todos britânicos ? são acusados de "lavagem de dinheiro, conspiração para pagar propinas e contabilidade falsa". O Escritório de Fraude do Reino Unido suspeita que propinas foram pagas para garantir a vitória da Alstom em contratos públicos.O comunicado não cita quais são os países estrangeiros envolvidos, mas o Brasil seria um deles, segundo fontes da polícia. Os britânicos não revelaram os nomes dos presos. Mas a imprensa local noticiou que os suspeitos são Stephen Burgin, Altan Cledwyn-Davies e Robert Purcell.A Alstom negou a prisão. "Três diretores de nossa subsidiária britânica foram questionados, não presos", afirmou o porta-voz da empresa, Stephane Farhi.Metrô. O Ministério Público da Suíça congelou em Genebra US$ 7,5 milhões em nome de Jorge Fagali Neto, ex-secretário de Transportes do governo de Luiz Antonio Fleury Filho. Segundo depoimentos coletados pelos suíços nos últimos três anos, as comissão pagas aos brasileiros eram de 7,5% do valor dos contratos, entre 1994 e 1998. São alvos de suspeitas contratos da Alstom com a Eletropaulo e com o Metrô.

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