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Trinta empresas de ônibus de SP vão pagar salários para duas outras

Por Agencia Estado
Atualização:

Trinta empresas de ônibus de São Paulo vão dar cerca de R$ 1 milhão para pagar os salários atrasados de funcionários da Expresso Paulistano e Consórcio Trolebus Aricanduva de garantir o fim da greve que começou na terça-feira. O acordo foi firmado neste domingo na Secretaria Municipal dos Transportes. Além de sofrer com as paralisações, os passageiros enfrentaram a tarifa dos ônibus mais cara a partir de hoje: R$ 1,70. As empresas devedoras terão até o dia 31 para repassar o valor emprestado. "O dinheiro vai sair do bolso dos próprios empresários", disse o secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto. A reunião durou mais de cinco horas até a definição do acordo. A demora na negociação ocorreu porque a Prefeitura decidiu não fazer nenhuma intervenção e determinar que as empresas pagassem os funcionários. Os empresários devedores e os representantes dos sindicatos queriam que a Prefeitura desse suporte. "Não vamos dar nem um centavo, pois não aceitamos empresários incompetentes", afirmou Tatto. Ele garantiu que tem como prioridade a qualidade do transporte coletivo de São Paulo. "O poder público não vai salvar o mau empresário que não paga seus funcionários e prejudica a população com as greves. Esses nós queremos fora do sistema." Segundo o presidente do Transurb (sindicato patronal), Sérgio Pavani, o prejuízo vai ser dividido entre as viações, embora todas estejam trabalhando com dificuldades. "Ninguém está querendo ser bonzinho nem santo. Há momentos em que a gente tem de abrir a mão sem perder os dedos. Essas empresas são a bola da vez. Hoje é uma que precisa, amanhã, é outra", disse Pavani. O presidente do sindicato dos motoristas e cobradores, Edvaldo Santiago Silva, ia comunicar o acordo para pagamento dos atrasados aos trabalhadores em assembléia marcada para a noite de hoje. A previsão é que eles voltem ao trabalho hoje. "Estou cansado de reuniões para resolver a falta de pagamento dos funcionários", disse Silva. Além do secretário dos Transportes e dos presidentes dos sindicatos patronal e dos trabalhadores, participaram da reunião de domingo representantes de oito consórcios de empresas e o presidente da São Paulo Transportes (SPTrans), Gerson Luís Bittencourt.

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