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Tropa de Choque entra na Câmara Municipal do Rio para retirar manifestantes

Comandante do Grupamento de Policiamento de Proximidade de Multidões tenta negociar a desocupação do prédio

Por Clarice Cudischevitch e Clarissa Thomé
Atualização:

Atualizado às 17h33

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RIO - O tenente-coronel Mauro Andrade, comandante do Grupamento de Policiamento de Proximidade de Multidões, chegou por volta das 16h30 à Câmara Municipal do Rio para negociar a desocupação do prédio. Cerca de 80 manifestantes continuam dentro do prédio, onde exigem a revogação da sessão em que foi definida a composição da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar os contratos da Prefeitura do Rio com as empresas de ônibus responsáveis pelo transporte coletivo municipal.

Por volta de 15h, os manifestantes avisaram que só permitiriam que a imprensa continuasse no prédio se desligasse os equipamentos. Os jornalistas então saíram da Câmara.

Choque. Homens da Tropa de Choque da Polícia Militar do Rio entraram na Câmara Municipal às 14h45 desta sexta-feira, 9, depois de horas de ocupação da Casa por manifestantes. Após outra invasão do parlamento na noite de quinta, eles chegaram a ser retirados durante a madrugada, mas cerca de 200 retornaram nesta manhã, invadindo o gabinete do vereador da base governista Chiquinho Brazão (PMDB). O parlamentar havia sido escolhido pouco antes para a presidência da CPI dos Ônibus, motivo do protesto.

 

Os policiais militares do 5º Batalhão entraram no hall do prédio munidos de escudos, capacetes e cassetetes. Parte das luzes foi desligada e os manifestantes que estavam no banheiro foram retirados do local. O deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) chegou a tentar conversar com o major Belisardo, que virou as costas para o parlamentar.

Paredes e fotos do vereador foram pichadas com frases como "Brazão, ladrão". Em seguida, parte do grupo seguiu para o gabinete do vereador Professor Uóston, eleito relator da CPI, e tentou arrombar a porta. Com os corredores tomados,  vereadores ficaram acuados dentro do gabinete da presidência desde as 10h30. Esse grupo incluía o presidente da Câmara, Jorge Felippe (PMDB), e os vereadores Professor Uóston, Paulo Messina (PV), Alexandre Izquierdo (PMDB) e Chiquinho Brazão.

Na ocupação da véspera, os manifestantes só deixaram o local no fim da madrugada, após ação da PM, que usou bombas de gás para dispersar o ato do lado de fora da Casa. Na manhã desta sexta, cerca de 200 pessoas conseguiram entrar no prédio da Câmara. Eles reivindicam a renúncia de Brazão e defendem o nome de Eliomar Coelho (PSOL) para a presidência da CPI.

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CPI. A votação havia começado por volta de 9h30 e poucos conseguiram entrar no prédio para acompanhar a sessão. Foram impedidos por seguranças. Contrariados, alguns manifestantes chegaram a forçar a porta para tentar entrar e outros conseguiram pular um portão. Quando a porta lateral da Rua Evaristo da Veiga foi aberta para a saída de vereadores, um grupo entrou e seguiu para o gabinete de Brazão, que não estava lá.

Antes da confusão, o vereador Renato Cinco (PSOL) declarou em sua página no Facebook: "A bancada governista já ligou o forno para tentar assar a pizza da CPI dos Ônibus e conseguiu mudar a data de abertura da comissão para esta sexta. Precisamos da casa cheia para exigir que o vereador Eliomar Coelho seja o presidente. É importante lembrar que nenhum desses 4 vereadores sequer apoiou a criação da CPI! Além disso, um deles (Chiquinho Brazão) disse que o cartel das empresas é uma questão "periférica’ e o vereador Professor Uóston afirmou que a CPI tem pouca coisa pra investigar."

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