Tropas começam a deixar ruas do Rio

Após ação ostensiva, soldados vão se dedicar à inteligência policial; sem mostrar dados, ministro diz que crimes caíram no fim de semana

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Por Constança Rezende
Atualização:
Tropas vão começar a se retirar das ruas para se preparar para a segunda fase da operação Foto: FABIO MOTTA/ESTADAO

RIO - Três dias após iniciar a operação de combate ao crime no Rio, o Ministério da Defesa começou nesta segunda-feira, 31, a retirar as tropas das ruas da região metropolitana. Os militares se concentraram principalmente na Avenida Brasil e no Arco Metropolitano, em movimento que, segundo a pasta, precede a segunda fase da operação, prometida para esta semana. A presença militar, porém, não impediu novos crimes, como o assassinato de um PM aposentado e o ataque de traficantes a uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

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Na nova etapa, segundo o ministro Raul Jungmann, os 8,5 mil militares vão atuar em ações específicas de inteligência, com as Polícias Civil e Militar. Os primeiros dias da operação, diz ele, serviram para que as tropas, em uma ação mais ostensiva, fizessem reconhecimento em áreas críticas do Estado. Isso incluiu operações de guarda em vias e praças – com o uso de carros blindados e soldados com fuzis – e a realização de blitze para checagem de veículos. As ações foram interrompidas durante a madrugada, quando os militares deixaram as ruas para descansar. Não foram registrados incidentes.

Jungmann afirmou que houve queda nos registros de crime nesse fim de semana, mas não detalhou os dados. O Instituto de Segurança Pública (ISP), órgão oficial responsável por mapear esses indicadores, porém, não confirmou e disse que é preciso tempo para reunir os dados. Mais tarde, Jungmann atribuiu a informação ao briefing que teria sido feito pela Polícia Civil, de manhã, no Comando Militar do Leste (CML).

 

Guarda. O ministro se reuniu com o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), para pedir a participação da Guarda Municipal nas operações de segurança. Crivella prometeu usar a corporação, de 8,5 mil agentes, para coibir crimes de “baixo impacto”, como roubos de carteiras e celulares e arrastões – promessa que já fizera na campanha de 2016. Assim, a PM ficaria liberada para enfrentar a criminalidade mais grave. A Guarda não pode, por lei, usar armas de fogo. Trabalha com cassetetes e armamento não letal.

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