''Tudo moral, tudo permitido'', diz Negromonte

Questionado sobre uso verbas indenizatórias, revelado pelo ''Estado'', ministro foi lacônico; Dilma avisa que não vai interferir em disputas das siglas

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Por Fernando Gallo
Atualização:

O ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP), afirmou ontem que o pagamento feito por seu gabinete, com verba da Câmara, de uma empresa aérea que foi contratada por sua campanha, em 2010, foi "legal, moral e constitucional" e "permitido" por lei.O Estado revelou ontem que três dias depois das eleições de 2010, Negromonte usou a "cota para o exercício da atividade parlamentar" para ressarcir despesas de R$ 27,1 mil com a Aero Star, empresa de táxi aéreo que é a mesma que prestou serviços para o então deputado na eleição."Tudo legal, moral e constitucional. Tudo permitido. Se não, não estaria aqui", disse antes de entrar em seu carro, na saída de um seminário da Associação Brasileira de Empresas de Transportes Urbanos na capital paulista. Ele não quis explicar como se deram os gastos. O ministro desistiu de participar ontem de entrevista coletiva. Ao discursar no evento, afirmou que às vezes "tropeça em palavras", mas nunca "na ética de fazer política". "Sempre digo que a vida publica é uma coisa que a gente se apaixona", disse. "Mas tem muitos espinhos que a gente tem que percorrer. A gente tropeça numa palavra, numa frase, mas jamais irei tropeçar na ética de fazer política, na seriedade, na transparência e honestidade."Negromonte se indispôs com correligionários após fortes declarações que deu nos últimos dias a respeito do racha na bancada do PP. Ele chegou a dizer que "Em briga de família, irmão mata irmão, e morre todo mundo" e que a briga poderia "virar sangue". Ao expor a briga interna no PP, Negromonte teve a manutenção na pasta ameaçada, mas dirigentes do PP acham mais prudente mantê-lo para não perder espaço. Ele fez questão de elogiar a presidente Dilma Rousseff: "Me sinto honrado de ser ministro do governo Dilma".O Planalto mandou recados à base pela ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais): "Tem uma determinação clara da presidenta: os partidos têm sua independência respeitada pelo governo. Sobre qualquer disputa, não haverá qualquer interferência. Nem será admitida que a disputa afete a manutenção do ministro, que é responsabilidade dela. / COLABOROU DENISE MADUEÑO

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