Tumultos em comunidades pacificadas deixam feridos no Rio

Noite de domingo e madrugada desta segunda foi de tensão no Complexo do Alemão e na Cidade de Deus

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Por Tiago Rogero
Atualização:

RIO - A noite deste domingo e início da madrugada de segunda-feira, 5, foi de tumulto em duas comunidades pacificadas do Rio. No morro da Alvorada, no Complexo do Alemão, na zona norte da cidade, três pessoas foram detidas e uma mulher ficou ferida após confronto entre militares da Força de Pacificação, do Exército, e moradores. Na Cidade de Deus, em Jacarepaguá, na zona oeste, um grupo atirou pedras e garrafas contra a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade.

 

O sargento André Luiz, da UPP, sofreu um corte na cabeça e foi levado ao hospital da PM. O ataque, segundo a polícia, começou pouco depois da meia-noite. Jovens que saíam de um baile funk se aglomeraram na Praça dos Apartamentos, onde fica a sede da UPP. Além de ferir o sargento, quebraram janelas da unidade, onde estavam quatro PMs. Ninguém foi preso.

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No Complexo do Alemão, a confusão ontem à noite teve início, segundo o Exército, durante ronda que dez integrantes da Força de Pacificação faziam a pé pela comunidade. Um homem, não identificado, que assistia a um jogo de futebol em um bar, teria hostilizado os militares. Eles deram ordem de prisão ao homem por desacato à autoridade, mas pessoas que acompanhavam ele teriam se revoltado e atirado garrafas e pedras contra a tropa.

 

Uma mulher que teria ficado ferida pelas munições de borracha deu entrada no Hospital Getúlio Vargas, na Penha. Os detidos, segundo o Exército, podem ser indiciados por desacato à autoridade, desobediência, resistência e lesão corporal. Moradores da comunidade reclamaram da truculência dos militares durante a abordagem.

 

Baile Funk. No mês passado, uma adolescente de 17 anos foi atingida por um tiro de bala de borracha após confronto entre policiais e moradores do morro do Turano, no Rio Comprido, na zona norte do Rio. Os militares tentavam encerrar um baile funk na comunidade, que conta com uma UPP desde setembro de 2010. Inconformados, alguns moradores reagiram e atacaram os PMs com pauladas, pedradas, garrafas de cerveja e até coquetéis molotov. Três policiais ficaram feridos.

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