Turista decide fazer cruzeiro no carnaval para fugir do Guarujá lotado

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Por Rejane Lima
Atualização:

"Eu nunca vi sujeira como agora, está um fedor na praia e o carnaval vai estar tão cheio que eu estou pensando em não vir e fazer um cruzeiro. Assim, eu fujo da cidade lotada e dos aeroportos", desabafou ontem a analista de sistemas Ana Lucia Hoffmann, de 43 anos, sobre as condições de infra-estrutura do litoral de São Paulo. Moradora da Granja Julieta, na zona sul de São Paulo, ela tem um apartamento na Praia das Astúrias, no Guarujá, e sempre viaja para a cidade. Acompanhada de um grupo de amigos de Londrina (PR), as irmãs Ângela Bordin, de 50 anos, e Andrea Miranda, de 43, chegaram ao Guarujá no dia 27, depois de 12 horas de viagem de carro. "Demoramos seis horas somente de Londrina a São Paulo e depois mais seis para descer a serra." Andrea afirma que gostou das praias e da urbanização da cidade, mas não pretende voltar durante os feriados mais visados. "Posso até vir no verão, mas no réveillon e no carnaval nem pensar. Tem muita gente, muito trânsito e o pessoal não dá conta de varrer tudo", completa. Depois dos percalços enfrentados pelos milhares de turistas que viajaram para a Baixada Santista na virada do ano, a expectativa das prefeituras é de que os problemas diminuam no carnaval, com operações especiais nas estradas e comerciantes mais preparados. Já para a Sabesp a falta d?água não deve ocorrer, por causa do número de visitantes, que deverá ser inferior ao do réveillon. Alguns comerciantes da região também não deram conta da demanda, mesmo assim comemoram o resultado da virada do ano e têm excelentes expectativas para o carnaval. O vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista da Baixada Santista e da Associação Paulista dos Supermercados (APA), Omar Abdul Assaf, afirma que a falta de produtos aconteceu de forma isolada, em mercadinhos e padarias de bairros, que não possuem equipamentos amplos de armazenamento - que ficam normalmente "de reserva". "Há vários anos que não acontecia isso (falta de produtos) e vai servir como estímulo para os comerciantes se prepararem melhor", diz. No litoral norte, os problemas e queixas se repetiram. Rita de Cássia, proprietária de um quiosque na Praia Martim de Sá , reclamou que houve falta d?água no réveillon nos bairros Morro do Algodão, Porto Novo, Centro e Praia das Palmeiras. "Com certeza, no carnaval faltará novamente."

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