Turistas assaltados terão proteção policial até deixar o País

Segurança acompanhará o grupo até o dia em que deixarem a cidade, na terça

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Por Agencia Estado
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Até a próxima terça-feira, quando deixarão o Rio, os turistas europeus assaltados na quinta-feira, 4, ao chegarem à cidade contarão com a proteção de um guarda municipal à paisana, que os acompanhará o dia todo. Eles receberão uma ajuda de custo para se manterem, terão uma van e um guia de turismo à disposição e poderão fazer passeios e refeições em restaurantes e hotéis gratuitamente. Mesmo assim, o grupo antecipou a volta para casa em quatro dias. As ofertas foram feitas nesta sexta-feira, 5, pelo secretário estadual de Turismo, Eduardo Paes, representantes da Riotur (do município) e da rede hoteleira, numa reunião com os turistas no hotel Orla, em Copacabana, onde parte deles está hospedada. Apesar de ainda assustados com o assalto, os estrangeiros - três croatas, dois alemães e um austríaco - se disseram satisfeitos com a atenção dispensada pelas autoridades. O secretário, que lhes pediu desculpas em nome do governador Sérgio Cabral Filho, disse que o tratamento diferenciado se aplica porque "esse foi um caso especial", ocorrido justamente quando a Linha Vermelha teve o policiamento reforçado e em que houve uso de violência (a van dos turistas foi interceptada na Linha Vermelha, quando saía do Aeroporto Internacional Tom Jobim, e os bandidos, armados, a levaram até a entrada de uma favela). "É uma obrigação do Estado pedir desculpas e tentar recompensá-los", afirmou Paes. Ele ressalvou que o mesmo não acontecerá a todos os turistas que vierem a ser assaltados no Rio. "Senão vira indústria", disse. A canadense Sarah Grimman, de 49 anos, assaltada por dois menores em Copacabana na madrugada desta sexta, por exemplo, não recebeu compensação. Os adolescentes que a abordaram foram detidos pouco depois do crime. A polícia não divulgou mais detalhes sobre a ocorrência. Ainda não há pistas dos assaltantes dos europeus. O delegado Gilberto Ribeiro, novo chefe de Polícia Civil do Rio, disse que o assalto foi uma "situação atípica" - apesar de outros turistas já terem sido roubados na saída do aeroporto. Para Ribeiro, o caso não está relacionado a quadrilhas que têm como alvo o transporte de turismo. De qualquer forma, ele determinou que seja feita investigação específica deste tipo de crime. Passeios Nesta sexta-feira, os turistas europeus fizeram um passeio de barco pela Baía de Guanabara. Nos próximos dias, andarão de helicóptero, visitarão o Corcovado e comerão nas churrascarias Mariu´s e Plataforma, onde verão um show de mulatas. Eles ganharam máquinas fotográficas e telefones celulares. Cada um receberá US$ 200 (de empresários) - eles tiveram dinheiro, cartões de crédito e a bagagem levada pelos ladrões, de modo que não têm qualquer peça de roupa para vestir nem condições de se alimentar ou fazer compras. O Estado e o município não terão gastos, garantiu Paes. Depois do encontro com as autoridades, o croata Slaven Reljic, de 32 anos, elogiou o tratamento dispensado ao grupo. Mas revelou preocupação com o turismo no Rio. Proprietário de uma agência especializada em viagens de incentivo, Reljic veio ao Rio para avaliar a cidade como destino turístico e, possivelmente, promovê-la como tal em seu País. Diante do que aconteceu, ele tende a não mais recomendá-la. "Ainda estou avaliando, mas a impressão que tive foi péssima. Eu chego e a primeira coisa que vejo são pistolas. Depois, sou seqüestrado e roubado. Tenho colegas que mandaram grupos e eles também foram assaltados", contou. Reljic teve medo de morrer. "Os bandidos eram jovens e estavam muito nervosos." O alemão M. R., de 40 anos (ele não quer que seu nome seja divulgado), também temeu por sua vida. "Senti que se alguém resolvesse bancar o herói, nós poderíamos morrer. Também fiquei com medo de a polícia aparecer e começar um tiroteio." Colaborou Alexandre Rodrigues

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