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Um caçador de exterminadores

Delegado de PE desarticulou vários grupos

Por Angela Lacerda
Atualização:

Então diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o delegado da polícia civil Joel Venâncio, de 37 anos, esteve à frente de várias das operações de desbaratamento de grupos de extermínio entre 2007 e 2008. Ele nunca sonhou ser policial. Paraibano de Cajazeiras, de família de funcionários públicos, foi tenente do Exército, fez Direito e mudou-se para o Recife ao passar em um concurso para delegado, em 1998. Foi aí que achou sua vocação. "A polícia é um grande desafio. Mesmo com má fama, é uma missão importante e tem verdadeiros heróis não reconhecidos", afirma. Segundo ele, é impagável ver comunidades pobres livres de bandidos, como ocorreu nas operações Thundercats, Canaã, Dragagem e Guararapes, no Recife e região metropolitana, algumas das quais ele participou ativamente. "Em cada uma foram mais de 30 pessoas presas, que atormentavam aquela gente pobre." Normalmente, os grupos de extermínio contam com apoio de policiais ou ex-policiais e até de gente envolvida com política, observa ele. Venâncio só lamenta que em muitas dessas comunidades somente a polícia chegue. "Falta a presença do Estado." Esses grupos se envolvem com o tráfico e corrompem policiais. Casado, uma filha de 2 anos, o delegado tem orgulho de se manter íntegro, vivendo modestamente. No mês passado, deixou o DHPP para assessorar o secretário estadual da Defesa Social, Servilho Paiva.

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