25 de agosto de 2010 | 00h00
Isto não ocorreu à toa. A campanha pelo governo paulista atravessa um momento de definição. Alckmin lidera com folga as pesquisas de intenção de voto e pode até garantir sua eleição já no primeiro turno.
A questão é que Lula decidiu investir na campanha paulista para tentar alavancar a candidatura de Mercadante. O presidente sabe que uma nova vitória do PSDB em São Paulo, maior colégio eleitoral do Brasil, será decisiva para preservar a força política da oposição.
Na verdade, a disputa de São Paulo reproduz a polarização política que PT e PSDB vêm mantendo no quadro nacional. Com seus mais de 30 milhões de eleitores, a campanha paulista se tornou mais do que estratégica. Ela passou a ser um movimento central no futuro dos dois grupos.
Se o PSDB de Alckmin vencer, terá fôlego para manter a oposição caso Dilma Rousseff derrote José Serra na disputa presidencial. Mais que isso, poderá também ter a base política necessária para preparar uma candidatura presidencial forte para 2014.
Se o PT de Mercadante reagir, a oposição precisará reinventar toda sua tática nacional e Lula e seus aliados ganharão um poder político inédito, controlando simultaneamente governo federal e o maior Estado do País.
Por conta disso, Lula intensificou sua presença em São Paulo, ao lado de Mercadante. E o petista ontem citou o presidente e as realizações do governo federal sempre que teve uma oportunidade durante todo o debate.
Esse clima de momento de decisão entre os dois candidatos mais bem colocados nas pesquisas ficou claro durante todo o debate e ofuscou até a participação dos outros quatro candidatos: Celso Russomanno, Paulo Skaf, Fabio Feldmann e Paulo Bufalo.
Por melhores que fossem suas propostas, a disputa de ontem era outra. De um lado, PSDB protegendo sua principal fortaleza. Do outro, o PT procurando um jeito de derrubar esse castelo.
É JORNALISTA DO "ESTADO"
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