Um dia antes da volta do rodízio, trânsito tranqüilo na capital

Rodízio volta na quinta e quem desrespeitar a medida será multado pela CET

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Por Redação
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O trânsito era tranqüilo nas ruas de São Paulo na manhã desta quarta-feira, 11, um dia antes da volta do rodízio de veículos. Às 8 horas, a cidade tinha 36 km de lentidão, índice inferior à média do horário, que é de 50 km, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). De acordo com a CET, a calma é reflexo do anúncio feito, na terça, pelo Prefeito Gilberto Kassab (DEM), sobre a volta do rodízio de veículos. A suspensão do rodízio, iniciada no dia 2 de julho, não teve os resultados que o prefeito esperava e, a partir de quinta-feira, a capital paulista volta a conviver com o rodízio. A obrigatoriedade de manter o carro parado uma vez por semana seria retomada somente no dia 16. A mudança foi motivada pelos estudos que mostram que os índices de congestionamento na parte da tarde superaram a média de junho. Pela manhã, a situação era a inversa. Kassab avisou que quem desrespeitar o rodízio na quinta-feira será multado. "Sem o direito de recorrer." Anteriormente, ele admitia retomar a restrição, mas sem multar. Segundo ele, a vontade era manter a suspensão do rodízio em julho. "Gostaríamos de dar esse conforto ao paulistano, mas não foi possível. São Paulo ganha, a cada ano, 150 mil veículos." Em janeiro, adiantou, a suspensão será mantida. A decisão de retomar o rodízio foi tomada após reunião entre o prefeito, o secretário municipal de Transportes, Frederico Bussinger, o presidente da CET, Roberto Scaringella, e técnicos de trânsito. Foram levados em conta a lentidão registrada na terça e na semana passada. Números O rodízio retira de circulação cerca de 20% da frota de carros da capital, que é de 5,5 milhões. A cada dia, 500 novos veículos são adicionados à frota. Ao longo da semana passada, os índices de congestionamento foram menores durante a manhã, em comparação com as médias de junho. Segundo o prefeito, isso se explica porque, nesse período, se concentra a maior parte dos deslocamentos no caminho casa-escola. À tarde, a suspensão do rodízio aumentou o número de carros circulando pela cidade, o que provocou a inversão do quadro. Na terça, porém, os índices de congestionamento se mantiveram maiores ao longo do dia. O pico da manhã, às 9h30, foi de 97 km, maior que a média das terças-feiras de junho, de 64 km. O pico da tarde aconteceu às 19h30, quando a lentidão chegou a 145 km, ante 125 km de média. O prefeito voltou a negar, porém, que o recorde de congestionamento do ano - ocorrido na sexta-feira, às 19h30, quando o índice atingiu 201 km - tenha sido causado pela suspensão do rodízio. Segundo ele, os congestionamentos ocorreram por causa da saída de veículos da capital na véspera do feriado. "É normal que o índice tenha sido maior." Sem pedágio Kassab ainda negou que a Prefeitura estude adotar alguma medida mais rigorosa para restringir o tráfego de veículos na capital paulista, como cobrar pedágio para carros que trafeguem pelo centro. "Pedágio não é o foco da gestão. Apostamos na construção do Rodoanel, na ampliação do metrô e no aumento da frota de ônibus e dos corredores." Para o presidente da CET, o rodízio mostrou eficácia desde que foi implementado, em 1997. Scaringella diz que os veículos a menos nas ruas são suficientes para dar fluidez ao tráfego. Ele aposta ainda no aumento da fiscalização eletrônica para forçar o cumprimento da lei. Em 2006, 40% das cerca de 3,9 milhões de multas foram para motoristas que desrespeitaram o rodízio. A maior parte foi aplicada quando a CET iniciou a fiscalização eletrônica das placas, no segundo semestre. O rodízio restringe a circulação de todos os veículos das 7 às 10 e das 17 às 20 horas no centro expandido de São Paulo. Nesse período, o movimento é controlado no anel formado pelas Marginais do Tietê e do Pinheiros, Avenidas dos Bandeirantes, Professor Luís Inácio de Anhaia Melo, das Juntas Provisórias e Salim Farah Maluf. (Colaboraram Alexandra Penhalver e Humberto Maia Júnior, do Estadão, e Solange Spigliatti, do estadao.com.br.)

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