Um dos líderes do PCC, irmão de Marcola é preso

Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior divide com Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, o comando da facção

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Por Agencia Estado
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Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, de 34 anos, irmão do líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi preso em operação do Departamento de Investigações Sobre Narcóticos (Denarc), na noite de terça-feira, 25, no Tatuapé, zona leste da Capital. Ele era o responsável pela compra e distribuição de armamentos para integrantes da facção. Camacho Júnior, conhecido como Júnior, divide com Marcola o comando do PCC e é um dos homens de confiança do irmão, que está preso desde 1999. Júnior é um dos fugitivos do Complexo do Carandiru, em 26 de novembro de 2001. Ele escapou da cadeia com mais 101 detentos, por um túnel. Desde então, ele era o líder do PCC mais procurado pela polícia brasileira. Camacho Júnior foi detido na rua Curupá, no Jardim Têxtil, quando entrava em um carro. Ele confirmou, de imediato, ser irmão de Marcola, mas foram colhidas impressões digitais para a confirmação da identidade. PCC O PCC foi fundado em 1993, por Cesar Augusto Roris, o Cesinha, e outros seis presos do Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) de Taubaté, no interior paulista. Os detentos montaram um grupo, mataram dois presos e passaram a exigir o fim do CRP, onde ficavam isolados, sem regalias. A facção criminosa só foi reconhecida pelo governo de São Paulo em 18 de fevereiro de 2001, quando promoveu a maior rebelião do País, mobilizando 29 presídios paulistas. Marcola, o líder do PCC A trajetória do chefão do PCC começou aos 9 anos de idade. Marcos Willians Herbas Camacho era um entre tantos trombadinhas que agiam no centro de São Paulo, nos anos 80. Os pequenos roubos e furtos no centro de São Paulo lhe valeram pelo menos uma passagem pela Febem. Aos 18 anos, livre, começou a assaltar instituições financeiras. Ganhou o apelido de Marcola, foi preso e condenado a 22 anos e 2 meses de prisão por três roubos. Ao passar pela Penitenciária de Taubaté, ele foi batizado - ou seja, filiou-se à organização. Em 1997, fugiu da prisão. Depois de recapturado, foi mandado à detenção, de onde fugiu em 1998. Em 19 de julho de 1999, veio a São Paulo visitar Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, o único irmão. Dirigia um Chrysler Stratus, na Marginal do Pinheiros. Dois investigadores da Roubo a Bancos, retornando de Osasco, desconfiaram do motorista e mandaram parar o carro. O policial pediu os documentos do suspeito, que eram falsos, mas o reconheceu. Depois disso, Marcola voltou para a cadeia. Em dezembro de 2001, foi transferido para o CRP em Taubaté, onde assumiu o controle do PCC. Já foi transferido para prisões em vários Estados, inclusive em Brasília, onde conheceu Fernandinho Beira-Mar, que cederia drogas à facção, um morro para gerenciar o tráfico no Rio e acertaria um acordo com o Comando Vermelho. Atualmente está preso na Penitenciária de Presidente Bernardes. Marcola costuma responder às acusações da polícia dizendo que não há provas de sua ligação com o PCC e afirma ser contra "todo tipo de violência", explicando que o PCC foi criado apenas porque os presos resolveram exigir que seus direitos fossem assegurados. Este texto foi alterado às 10h50

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