PUBLICIDADE

'Uma coisa é ser amigo do Alckmin; outra é ter um projeto'

Por Julia Duailibi
Atualização:

ENTREVISTA - Gabriel Chalita, deputado federal, PSB-SPPré-candidato à Prefeitura de São Paulo, o deputado Gabriel Chalita, de saída do PSB rumo ao PMDB, admite uma aliança com PT num eventual segundo turno da eleição paulistana. "Alckmin é meu amigo e vai continuar sendo. Mas uma coisa é ser amigo, outra coisa é fazer parte de um projeto político", disse ele ao Estado na sexta-feira. Embora mais próximo politicamente do PT, diz não ter fechado as portas ao seu antigo partido. "Tenho amigos no PSDB", declarou Chalita, que se filiará ao PMDB em junho. Por que o sr. resolveu sair do PSB e migrar para o PMDB?Tenho uma ligação histórica com Michel Temer (vice-presidente, líder do PMDB). Quando fui eleito deputado, tive uma relação desgastante com o PSB. Saí do PSDB e fui para o PSB achando que teria espaço. Isso não aconteceu.Temer deu garantias de que o sr. disputará a Prefeitura?Ele me lançou candidato a prefeito. Tive um jantar com lideranças do PMDB nesta semana, e todos estão empenhados no projeto de cuidar da cidade. Mas o PMDB pode rifar o sr., como aconteceu com o PSB.Conheço bem o Temer. Acredito na palavra dele. O PMDB tem mais raízes, mais história.Por outro lado, é visto como partido apegado ao poder. Há críticas e elogios a todos partidos. Em todos há pessoas com imagem arranhada, com problemas. E em todos há gente boa. As pessoas não votam em partido. Votam em pessoas. O PMDB foi fundamental na construção da democracia. Conversou com Dilma?Conversei com muitas lideranças do PT, mas sobre isso não conversei com ela. Disse que no PSB me senti um pássaro na gaiola. Em São Paulo, é pior ainda. Não existe partido.Conversou com um dos pré-candidatos do PT, o ministro Fernando Haddad, sobre alianças?Almocei com ele (semana passada). Ele falou muito desse tema da novidade. Aliás, ele disse que somos muito parecidos: a gente tem a bandeira educacional, somos jovens, temos trajetória universitária, intelectual. Há entendimento de uma aliança com o PT no 2º turno?Acho que sim. Como apoiei Dilma e acabei me aproximando do PT, acho que a gente vai dialogar muito com o PT, como posso dialogar com PSDB. Não há constrangimento em apoiar PT contra o PSDB, do qual o sr. fez parte e é próximo do governador Geraldo Alckmin?Alckmin é meu amigo e vai continuar sendo. Tenho muito respeito por ele. Mas uma coisa é ser amigo, outra coisa é fazer parte de um projeto político. Não teme críticas do eleitor por ter trocado de partidos? E o risco de perder o mandato?Quando a gente é sincero, o eleitor compreende. É muito ruim na política as maquiagens. É candidato e diz que não é. Está num partido e apoia o outro. Espero que o PSB não peça meu mandato. Se pedir, tenho argumentos jurídicosComo seria enfrentar Serra, caso ele dispute a Prefeitura?Sem nenhuma vingança, gostaria de disputar com ele. Um dos projetos mais bonitos que pude desenvolver foi o da escola integral, que ele acabou destruindo e vendendo a imagem de que eu só cuidava dos professores ou fazia palestras de autoajuda. Não me parece que o sonho dele é ser prefeito. (O sonho de José Serra) é ser presidente.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.