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Unesp abre sindicância após alunas acusarem professor de assédio

Estudantes realizaram um protesto com banners no câmpus Bauru na semana passada. Docente nega acusações e vê 'calúnias' em relatos

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Por Redação
Atualização:

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) instaurou nesta segunda-feira, 4, uma sindicância administrativa para apurar as acusações de assédio sexual feitas por estudantes contra Marcelo Magalhães Bulhões, professor adjunto da instituição. Em nota, a universidade disse que “não poupará esforços para apurar e punir eventuais culpados”, e informou que o prazo para a conclusão da sindicância é de 60 dias, mas com a possibilidade do processo ser prorrogado pelo mesmo período.

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Na última sexta-feira, 1º de julho, Bulhões foi alvo de uma manifestação feita por estudantes do câmpus de Bauru, interior de São Paulo. Elas afirmam ter sido vítimas de assédio sexual cometido pelo docente.

As jovens exibiram banners com fotos das conversas que o professor supostamente teve com as alunas via e-mail, redes sociais e aplicativos de mensagens. Nos diálogos, Marcelo chegava afirmar estar interessado em ter relações sexuais com as estudantes — “a verdade é que o nosso desejo não passa”, teria dito ele em uma das mensagens enviadas.

Na última sexta-feira, cartazes foram espalhados pelo câmpus da Unesp, em Bauru, para denunciar suposto abuso sexual cometido por professor da universidade. Foto: Reprodução/Redes Sociais

“A Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) repudia toda e qualquer prática de assédio. A atual gestão, iniciada em 2021, não poupará esforços para apurar e punir eventuais culpados”, se manifestou a universidade.

“Nesta segunda-feira, 4 de julho, foi instaurada uma sindicância administrativa para análise e identificação de responsabilidades. O prazo para conclusão da sindicância é de 60 dias, prorrogável por igual período mediante justificativa fundamentada.”

No mesmo comunicado, a Unesp afirmou que a investigação foi aberta em decorrência dos protestos da semana passada, e informou ainda que a medida faz parte do protocolo da instituição para o atendimento às vítimas de violência sexual identificadas pela ouvidoria da universidade.

Em 2017, uma sindicância também foi aberta para investigar as condutas de Marcelo. O processo, porém, foi arquivado no ano seguinte. Apesar disso, ele foi afastado do curso de Jornalismo e realocado para lecionar na graduação de Relações Públicas.

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Professor nega as acusações

 Marcelo Magalhães Bulhões negou na semana passada as acusações e afirmou ser vítima de calúnia por parte das estudantes. Por meio de nota, ele afirma que nunca “houve indício concreto” de já ter praticado assédio ao longo dos 28 anos em que leciona na universidade. 

“Foi com estarrecimento que fiquei sabendo que cartazes foram afixados no câmpus com teor acusatório a mim. Estou ainda chocado.”, disse o docente na semana passada. “Entendo que legítimas e importantes demandas da atualidade – luta contra o racismo, movimento feminista – têm produzido uma mobilização de empatia diante de causas importantes. Nesse caso, todavia, estou sendo vítima de calúnia, cuja propagação em tempos digitais é implacável”, acrescentou.