União pode ampliar ajuda a desalojados

Governo dá R$ 300 mi ao MA, que tem 46 mil atingidos

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Por Liege Albuquerque e Wilson Lima
Atualização:

Em visita ao Maranhão, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, afirmou que o governo federal poderá aumentar a previsão de gastos com desabrigados não somente no Maranhão, mas em outros Estados nordestinos atingidos pelas chuvas, como Piauí e Ceará. Pelos dados da Defesa Civil, até ontem, 46.700 pessoas estavam desabrigadas ou desalojadas no Maranhão. Ao todo, já foram contabilizados 113.000 atingidos e 6 mortos. Somente para o Maranhão, o governo federal determinou R$ 300 milhões para obras de reconstrução. Mas, segundo Geddel, qualquer revisão dos gastos dependerá do levantamento real de danos. "É necessário que as águas baixem. Mas não faltarão recursos para ajudar na reconstrução", afirmou o ministro, que emendou: "Por exemplo, em Santa Catarina, foram gastos apenas R$ 180 milhões porque faltaram projetos até agora." Ele esteve reunido com 40 prefeitos maranhenses e a governadora Roseana Sarney (PMDB), ontem, para discutir ações emergenciais para os 41 municípios atingidos pelas chuvas no Estado. Vinte e oito deles decretaram situação de emergência e um estado de calamidade pública. Roseana afirmou que o Maranhão precisa de 500 barracas de lona; 30 mil cestas básicas; 15 mil kits dormitório (com colchão); 20 mil redes e lençóis; além de remédios e filtros de água, entre outros utensílios. A cidade em pior situação é Trizidela do Vale: 85% do município está alagado. Hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitará as áreas inundadas ao lado do ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos. Ao todo, 794 km de estradas federais e estaduais foram destruídas no Estado. "A situação do Maranhão é de quase calamidade. Muitas estradas estão cortadas e muitos municípios isolados. Inclusive São Luís, que está praticamente isolado", afirmou Roseana. PIAUÍ O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), solicitou ao Comando do Exército do Estado, na noite de domingo, militares para ajudar no socorro às vítimas das chuvas em Teresina e no interior. O Rio Poti chegou ontem a 14 metros acima do nível normal. Nas 19 cidades que já decretaram situação de emergência, cerca de 5.500 famílias estão desabrigadas ou desalojadas. Na capital são pelo menos 1.500 famílias prejudicadas, de acordo com a Secretario da Defesa Civil do Estado. AMAZONAS A Defesa Civil do Amazonas está começando a transferir os moradores de duas cidades já completamente alagadas com a enchente dos rios. A enchente que, segundo a Defesa Civil, atinge 38 dos 62 municípios do Amazonas e 20 mil famílias, alagou Barreirinha, a 328 km de Manaus, e Anamã, a 168 km. De acordo com o comandante da Defesa Civil Estadual, coronel Roberto Rocha, as atividades escolares desses municípios estão suspensas há 15 dias. Moradores de Anamã estão sendo transferidos para Anori, a 40 km, cidade que também já sofre com as enchentes. Os moradores de Barreirinha, como não há municípios próximos, buscam abrigos em barcos e casas flutuantes ou em cidades a cerca de 150 km, como Parintins. Neste fim de semana, o governo estadual distribuiu em Guajará e Manaquiri 1.300 cartões magnéticos com auxílio de R$ 300.

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