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Unicamp divulga nota rebatendo acusações

Por Agencia Estado
Atualização:

A reitoria da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) divulgou nota oficial hoje respondendo às acusações feitas pelo foneticista Ricardo Molina de Figueiredo contra ao reitor Hermano Tavares. O documento nega a elaboração de laudos com interesses políticos, atribui as denúncias contra o reitor a "ilações" do perito, mas não comenta a denúncia, feita por Figueiredo, de que o Tavares teria proibido a retomada do trabalho para identificação das ossadas de Perus. "A Reitoria da Unicamp rebate veementemente as afirmações atribuídas ao senhor Ricardo Molina de que os laudos elaborados por ele atendiam a interesses políticos", diz a nota. "Todos os pedidos nesse sentido são analisados criteriosamente pela Comissão de Supervisão de Perícias (composta por três docentes e um procurador da Universidade), que tem total autonomia para decidir que trabalhos devem ser executados", prossegue o texto. De acordo com a nota, o reitor demitiu Figueiredo, seguindo indicação da Comissão Processante Permanente (CPP), que apurou denúncias de irregularidades administrativas apresentadas contra o servidor docente. É importante esclarecer que, embora a decisão de demitir um funcionário seja prerrogativa do reitor, este é um ato que finaliza um exaustivo processo interno, durante o qual as denúncias são apuradas primeiramente por uma Comissão de Sindicância e posteriormente pela CPP, esta última formada por dois docentes e um procurador da Universidade. As irregularidades que motivaram a demissão, segundo o texto, incluem realização de gastos de viagem ao exterior em período de férias, utilizando recursos públicos; permanência no exterior após período autorizado, com realização de gastos; Realização de despesas em viagens, para as quais não havia autorização de afastamento, utilizando recursos públicos; Realização de gastos com despesas pessoais em viagens internacionais, igualmente com recursos públicos; Utilização desse mesmo tipo de recurso para pagamento de viagem de membro de sua família ao Rio de Janeiro; Assinatura de atestado de freqüência a si próprio, quando se encontrava no exterior. De acordo com a nota, os recursos utilizados irregularmente por Figueiredo eram originários de valores cobrados pela execução de laudos técnicos elaborados pelo Laboratório de Fonética Forense. As receitas eram administradas pela Área de Prestação de Serviços (APS), da qual o ex-docente era o executor. Em 1997, segundo a nota, o perito apresentou ao então reitor documento afirmando que as receitas obtidas por essa área seriam prioritariamente investidas em benefício do próprio laboratório. "Porém, entre 1995 e 1999, apenas 1% de toda a receita gerada no período foi destinado para material permanente do laboratório. Em contrapartida, mais de 70% dos recursos foram usados para cobrir despesas com pagamento de pessoal e de outros serviços/serviços de terceiros (a maioria com despesas de viagens).", diz a reitoria. Para a reitoria, as acusações feitas por Figueiredo não passam de "ilações de cunho pessoal". "É lamentável que um único indivíduo da comunidade, e alvo de denúncias, tente transformar-se em algoz de uma instituição eticamente consolidada como a Unicamp.", afirma o texto.

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