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Unidade 31, em Franco da Rocha, é criticada desde o anúncio da construção

Por Agencia Estado
Atualização:

Desde o anúncio de sua construção, a unidade 31, que o governo promete desativar até o fim do ano, foi contestada por entidades de direitos humanos e lideranças do município de Franco da Rocha. A obra foi criticada por pertencer a um complexo de grandes proporções e ter projeto arquitetônico considerado inadequado. Mesmo assim, o então governador Mário Covas insistiu na idéia para aliviar a situação no Complexo Imigrantes, já destruído. Mesmo antes de ser inaugurada oficialmente, em maio de 2000, o complexo teve sua primeira rebelião e parte das instalações foi danificada. Quinze dias depois, o governo anunciava reformas. Em setembro do mesmo ano, foram encontrados instrumentos de tortura no prédio. Em março de 2001, o funcionário Renato Feitosa, de 28 anos, foi morto durante um motim. No fim de 2001, a Justiça aceitou, pela primeira vez, denúncia de tortura contra 20 funcionários da Febem, 16 deles de Franco da Rocha. Este ano, monitores também foram acusados de provocar fugas e rebeliões para justificar horas extras. Em fevereiro, três internos acabaram baleados ao tentar fugir. Foi de Franco da Rocha também que saíram diretamente para o sistema penitenciário 247 adolescentes maiores de 18 anos após uma série de rebeliões, em abril, em mais um descumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A Justiça, no entanto, ordenou dias depois que voltassem. Desde então, os adolescentes vêm sendo mantidos, segundo mães e representantes de entidades de direitos humanos, trancados nas celas, sem atividades e submetidos a tratamento "de animal".

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