Unidos da Tijuca contagia com enredo sobre fotografia

A Azul-e-Amarela levantou as arquibancadas, com um samba alegre e fácil de guardar

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Por Agencia Estado
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A Unidos da Tijuca, segunda escola a entrar na Marquês de Sapucaí, fez uma apresentação contagiante, em que o enredo "De lambida em lambida, a Tijuca dá um click na avenida", contou a história da fotografia. A escola mostrou que tem criatividade de sobra - e plena condição de concorrer a um lugar no sábado das campeãs. Com alegorias coloridas e sete carros alegóricos criativos e inovadores, a escola entrou na avenida com quatro mil componentes, distribuídos em 28 alas. Na comissão de frente, treze homens representando os presidentes das escolas cariocas, fizeram poses na ´disputa´ de quem aparecia melhor na foto. O abre-alas ´alma aprisionada´ trouxe um diabo. Nele, flashes libertaram 60 ´almas´. Na Tijuca, onde Paulo Barros, o atual carnavalesco-sensação do Rio (depois de três anos na Tijuca, ele foi para a Viradouro), despontou para o sucesso ao inovar com carros com grande número de componentes fazendo coreografias, que funcionavam como alegorias vivas -, sobrou inventividade. O enredo foi desenvolvido pela dupla Luiz Carlos Bruno, ex-parceiro de Barros na escola, e Lane Santana, que veio do Grupo de Acesso. No carro que mostrava as fotografias turísticas, a platéia era rapidamente transportada do Egito ao México: a estrutura metálica de pirâmide tinha cobertura de placas removíveis, que eram tiradas por "escravos" egípcios. Era quando apareciam divindades astecas. Numa estrutura anexa, "turistas" fotografam tudo. A "viagem" foi feita oito vezes durante a passagem da escola pela avenida, encantando a platéia. Símbolos de outros países também passearam pela Passarela do Samba: o Cristo Redentor, a Torre Eiffel, a Estátua da Liberdade, os guardas reais britânicos. A Azul-e-Amarela levantou as arquibancadas, com um samba alegre e fácil de guardar. Os versos "pára/o mundo pára/ o mundo pára pra fantasia" eram cantados em uníssono pelos quatro mil integrantes e também pela platéia. As alas mostraram o famoso quadro das sete carinhas dos bebês, fotos de formatura e de casamento. Marilyn Monroe e seu vestido esvoaçante também estava lá - uma ala inteira relembrava a célebre foto da estrela americana. O fotógrafo Sebastião Salgado foi lembrado numa escultura de um carvoeiro e em alas que reproduziam suas fortes imagens de retirantes e cortadores de cana. Registros de guerras também foram rememoradas, como a imagem do momento em que soldados americanos cravaram a bandeira de seu país no topo do Monte Suribachi, imortalizada como símbolo da vitória norte-americana em território japonês na Segunda Guerra Mundial. Adriane Galisteu, a madrinha da bateria, representava um flash. Sua fantasia tinha milhares de microlâmpadas - a apresentadora confessou, na concentração, que tinha medo de levar um choque. Pelo que se viu durante sua evolução, não levou. Adriane evoluiu com graça e mostrou que ganhou confiança em uma década de avenida - ela ficou sete anos na Portela e três na Acadêmicos da Rocinha. "A gente sempre melhora, aprende com o tempo, né?", disse, ainda na concentração. "Dessa vez, me sinto como estreante, porque é meu primeiro ano na escola e venho com essa fantasia diferente". Ela estava acompanhada do namorado, o empresário Gabriel Betti, que fez as vezes de ajudante. "Eu já desfilei uma vez, mas hoje estou aqui para acompanhar a Adriane. Ela fica muito nervosa e pediu que eu viesse." Destaque para a ala ´Retrato da Vida´, que reproduziu a famosa foto de uma vietnamita. Ela foi imortalizada quando correu depois de ser atingida pela bomba de napalm na Guerra do Vietnã. Para encerrar, no sétimo carro, fotógrafos exibiram fotos feitas durante o desfile.

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