Universidade terá de indenizar estudante baleada

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Por Agencia Estado
Atualização:

O juiz Alexandre de Carvalho Mesquita, da 40ª Vara Cível, condenou a Universidade Estácio de Sá a pagar R$ 950 mil em indenizações por danos morais e estéticos à estudante Luciana Gonçalves de Novaes, baleada no campus do Rio Comprido, na zona norte do Rio, em 5 de maio do ano passado, e à sua família. A faculdade terá ainda de custear todo o tratamento da jovem, que ficou tetraplégica, e lhe dar uma pensão mensal até que ela complete 65 anos. O juiz tomou a decisão apesar de trabalhar como professor na Estácio. Para ele, a instituição é culpada pelo que Luciana sofreu por ter mantido o compus aberto no dia do crime, ignorando a determinação de traficantes do Morro do Turano, que fica colado aos fundos do terreno, para fechá-lo. Dos R$ 950 mil, R$ 600 mil são para Luciana. O restante irá para seu pai e sua mãe (R$ 100 mil para cada um) e seus três irmãos (R$ 50 mil cada). O magistrado entendeu que eles terão de ajudar Luciana nas tarefas cotidianas para o resto da vida, como comer, ir ao banheiro e se vestir. O advogado João Tancredo, que representa a estudante, explicou que foi a primeira vez que a Justiça concedeu indenização a parentes de vítimas vivas. Tancredo irá recorrer do valor da pensão, fixada em um salário mínimo pelo juiz. Ele defende que ela seja de 4 salários mínimos, que é o piso da carreira de enfermeira, que Luciana seguiria caso se formasse. A família agradeceu a decisão do juiz, mas classificou de ?irrisório? o montante a ser pago pela Estácio. Ao saber da notícia, Luciana passou mal, segundo a mãe, Helena. Ela chorou muito e ficou preocupada com o baixo valor que deverá receber de pensão. Luciana não tem movimentos nos braços e nas pernas e se comunica com dificuldade. Ela ainda respira através de aparelhos. Para transferi-la para Brasília, os parentes esperam a ajuda prometida pelo governo federal de conseguir dois respiradores artificiais para ela.

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