UPPs no Rio servirão de exemplo para projeto nacional de segurança

Uma equipe do Ministério da Justiça, que contou com a presença da Secretária Nacional de Segurança Pública, esteve hoje no Rio para definir os territórios pacificados que receberão apoio federal

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Por Pedro Dantas
Atualização:

RIO - A secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, afirmou que a pacificação das favelas do Rio com a implantação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) servirá de inspiração para o Pacto Nacional de Segurança Pública que a presidente Dilma Rousseff lançará depois do Carnaval. No entanto, ela ressaltou que a ideia não é implantar UPPs em todos os Estados. "Vamos dar o remédio de acordo com a doença. Chamamos de UPP a retomada de território. Tem locais no Brasil que precisam do exemplo do que foi feito aqui, mas outras nem tanto" disse. Apesar da crise na Segurança Pública do Estado, Regina disse que deseja tornar o Rio "um símbolo para o país".

 

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Nesta terça-feira, 22, Regina Miki visitou as UPPs do Morro do Borel, na Tijuca, na zona norte da cidade, e da Favela Santa Marta, em Botafogo, na zona sul. Ela revelou que a presidente pretende assinar o pacto com os 27 governadores do país . Um dos objetivos é banir territórios controlados pelo crime organizado, com a implantação de políticas sociais. No Borel, ela participou de uma rápida reunião com líderes comunitários e ouviu pedidos de cursos profissionalizantes e o fim de políticas assistencialistas.

 

"Não queremos depender de cestas básicas. Nós queremos ensino profissionalizante", disse a advogada Zoraide Vidal, da Ação Pastoral Pró-Favela. Ela disse à secretária que a adesão da comunidade aos projetos sociais após a implantação da UPP ainda é baixa, porque "a população acha que a ocupação policial vai durar apenas até a Olimpíada de 2016". Regina anunciou que o Governo Federal levará o programa "Território de Paz" para os morros do Borel, do São Carlos e dos Macacos, na zona norte da cidade.

 

Regina ressaltou que a sua visita foi para reafirmar o apoio do governo federal à política de segurança do Estado do Rio e "reafirmar a confiança na Polícia Civil". Ela disse que não existe crise no setor no Rio, mas "um processo depuração" na polícia. "Temos que virar a página e valorizar os bons policiais. Em qualquer lugar do mundo, um plano de segurança pública passa por um processo de depuração das polícias civil e militar", disse.

 

Na semana passada o delegado Allan Turnowski demitiu-se do cargo de chefe da Polícia Civil e e foi indiciado pela Polícia Federal por vazamento de informações. Quarenta e quatro policiais civis e militares tiveram a prisão preventiva decretada, e 42 foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público do Rio.

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