Usineiro confessa crime e corpo de empresário é encontrado

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Por Agencia Estado
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No início da noite desta segunda-feira, investigadores de Ribeirão Preto encontraram o corpo do empresário Carlos Alberto de Souza Araújo, que havia desaparecido na tarde deste domingo. Ele estava enterrado num entre um canavial e um cafezal, a 1,10 metro de profundidade, na Fazenda Barra Grande, em Serrana, de propriedade de Ricardo Titoto, irmão do usineiro Alexandre Titoto. Quem indicou o local exato onde estava o corpo foi o usineiro, que já tinha contra si a decretação de uma prisão temporária para que o caso fosse investigado. O motivo do crime, segundo ele, foi dívidas contraídas com Araújo. Ele irá depor nesta terça-feira ao delegado Samuel Zanferdini, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), quando detalhes do crime deverão ser esclarecidos. Titoto não queria falar sobre o desaparecimento de Araújo, visto pela última vez pelo porteiro do Edifício Millennium, empresarial de alto padrão em Ribeirão Preto, e afirmava que só falaria em juízo. Porém, com a prisão temporária decretada, Zanferdini conseguiu a quebra do sigilo telefônico do usineiro e de sua mulher. Havia uma ligação da sede da Fazenda Barra Grande para o telefone celular da esposa dele às 18h30 da véspera. Zanferdini ligou as coincidências (Araújo desapareceu no final da tarde) e foi até Serrana, onde encontrou o Mercedes-Benz que saíra da garagem do edifício dirigido pelo usineiro, visto pelo porteiro. O usineiro, até então, negava que tal veículo existia. O carro tinha sinais de sangue, como os encontrados nos corredor do quarto andar, no elevador, na garagem e no escritório de Titoto. Zanferdini, então, voltou à DIG e, na carceragem do anexo do 1o DP, ao lado, conversou com Titoto, informando que havia encontrado o carro. Então, o usineiro confessou o crime e levou os policiais até o local onde foi enterrado o corpo de Araújo. O delegado quer checar se houve algum cúmplice para cavar o buraco, que poderá ser indiciado por ocultação de cadáver. Titoto deverá ser indiciado por homicídio qualificado, com agravantes, dependendo do depoimento. O corpo de Araújo tinha sinais de pancadas na cabeça e os pés estavam amarrados. Ao lado foi enterrado um pedaço de pau, que poderia ter sido usado para matá-lo. A dúvida é saber se Araújo foi morto ainda no escritório ou depois que saiu de lá. O depoimento do usineiro e os exames necroscópicos devem indicar isso. Zanferdini disse que havia dívida de Titoto com Araújo, seu colega de infância e que seria funcionário do BNP-Paribas. O banco nega ter Araújo em seus quadros. Segundo o delegado, as transações serão detalhadas nesta terça-feira, mas devia ser de empréstimo e agiotagem. Havia um cheque de R$ 405 mil, de Titoto, rasgado, em seu escritório. Mas outro cheque, de R$ 620 mil (com juros), havia sido feito. Titoto conseguiu burlar a vigilância de um porteiro para retirar o corpo de Araújo de lá, impedindo que ele observasse os monitores de segurança do prédio. Depois foi para a casa, em Mococa.

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