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USP registra um furto por dia

Criminalidade dribla câmeras de segurança e prefeito do câmpus quer volta de base da PM

Por Luisa Alcalde
Atualização:

O câmpus da Universidade de São Paulo (USP) no Butantã, zona oeste de São Paulo, registrou um furto por dia em 2008 e nos dois primeiros meses deste ano. Para tentar conter esse tipo de crime, em outubro a prefeitura da Cidade Universitária havia colocado em operação 85 câmeras, mas os registros se mantiveram e houve apenas mudança na área dos ataques. A administração acredita agora que as ocorrências só diminuirão se a Polícia Militar voltar a ter uma base no local. A USP tem 4,5 milhões de m². Por dia passam pelo câmpus cerca de 100 mil pessoas e 70 mil veículos. No ano passado, foram registrados 479 furtos no câmpus. Dos 39 assaltos ocorridos, 18 casos ocorreram no trajeto entre a prefeitura e o Hospital Universitário, na Avenida Intersetorial, ao lado da Favela de São Remo, separada da Cidade Universitária apenas por um muro. O local já é o mais perigoso do câmpus, segundo mapeamento feito pela guarda da USP. Professores, funcionários e alunos têm trocado e-mails de alerta sobre os riscos que correm ao passar pelo local. Naquele trecho, em 2008, foram levadas 11 bicicletas, 3 celulares, 3 mochilas, CD Player, carteiras e bolsas. Neste ano, em janeiro, já foram roubadas mais quatro bicicletas. Pessoas escondidas atrás do muro atiram pedras ou lama nos veículos que trafegam pelo local. As vítimas preferidas são mulheres desacompanhadas. "Depois que param, os motoristas são assaltados", afirma o prefeito do câmpus, Adílson Carvalho. No ano passado, a USP colocou 85 câmeras para vigiar suas dependências. Dois desses equipamentos foram roubados logo após terem sido instalados ao lado da favela. Os postes de luz ali vivem às escuras, facilitando as ações criminosas - porque os bandidos também roubam os fios de cobre. Como no restante da Cidade Universitária, os crimes não diminuíram, mas migraram para onde não há câmeras. Acredita-se que os roubos sejam organizados por uma quadrilha, provavelmente da São Remo. Carvalho planeja agora reforçar a guarda e aumentar o número de locais com câmeras. PM Desde a última greve na USP, há dois anos, a PM se retirou do câmpus porque os policiais ficaram cercados dentro da sede da prefeitura, onde ficava a base. Isso ocorreu depois que a unidade foi invadida por grevistas, alunos e professores. A Polícia Militar afirma, porém, que, ao contrário do que afirma o prefeito da Cidade Universitária, não se observa aumento da criminalidade no câmpus, mas uma redução nos principais indicadores. Comparações semestrais apontam redução de 76% nos furtos de veículos e de 52% nos roubos de veículos, isso na comparação do 1º semestre de 2007 com o de 2008.

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