''Vai na contramão da globalização'', diz apreciador

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Por Talita Figueiredo
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Apreciadores da boa gastronomia são os mais atraídos pelo Slow Food. "Acredito que há uma ligação direta entre o que você come e sua qualidade de vida. Isso de comer sentado, com calma, em jantares harmonizados, de conversar com os chefs e saber como escolheram aqueles ingredientes faz parte de um movimento social. O Slow é um caminho para exercer isso", diz o consultor de investimentos Ronaldo Lisboa, de 56 anos. No caso do empresário Arnaldo Adnet, de 46, tomar consciência sobre o que põe no prato o fez adotar novos hábitos. "Minha visão de comércio limpo e justo me fez virar vegetariano. Vou à feira de orgânicos todo sábado, converso com produtores, pergunto quando teremos o inhame de novo e se teremos uma boa safra de figo. Com isso, passei a cozinhar também." Seu encantamento com o movimento foi tão grande que abriu a Adnet Slow Travel, uma agência de viagens que pega carona no objetivo Slow para fazer o "antipacote". "Minha maneira de viver mudou e passei a usar a concepção do movimento também no meu trabalho. Até para os brindes de fim de ano de minha empresa pensei nele e comprei produtos orgânicos, como geleias e goiabadas de um sítio do interior do Estado", conta ele, que faz parte do movimento há quatro anos e gosta de levar sobrinhos pequenos à feira para que eles valorizem alimentos regionais. "O Slow Food vai na contramão da globalização, que esmaga o regional e pasteuriza tudo."

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