Vale adota medidas para conter rejeitos de barragem em Brumadinho
Ações foram acordadas com autoridades e a empresa diz que está realizando a limpeza do trecho que vai da barragem até o Rio Paraopeba. Ponte metálica será construída
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Por Renata Batista
Atualização:
RIO - A Vale informou nesta terça-feira, 19, que estão em andamento as iniciativas para conter os rejeitos da barragem I da Mina de Córrego do Feijão, que se rompeu dia 25 de janeiro. As ações foram acordadas com a secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), em 8 de fevereiro. Parte delas também consta das exigências apresentadas pela Procuradoria-geral do Estado e pelo Ministério Público de Minas Gerais no Termo de Compromisso Preliminar que está em negociação com a companhia.
Em nota, a Vale afirma que está realizando a limpeza do trecho 1, que vai da barragem até o Rio Paraopeba, onde será implantado um dique para retenção dos rejeitos mais grossos e pesados. Nesse trecho, também estão sendo retirados os rejeitos que bloquearam um trecho da Avenida Alberto Flores, que liga as localidades de Córrego do Feijão e Parque da Cachoeira, as duas mais atingidas.
Veja imagens do rompimento de barragem de rejeitos da Vale em Brumadinho
1 / 37Veja imagens do rompimento de barragem de rejeitos da Vale em Brumadinho
Tragédia em Minas Gerais
A Agência Nacional de Mineração (ANM) declarou que a mineradora Vale vistoriou, em dezembro de 2018, estrutura da barragem de Brumadinho sem ter apont... Foto: Washington Alves/ReutersMais
Moradores
É comum ver imagens de moradores de Brumadinho olhando para o horizonte em silêncio Foto: Mauro Pimentel/AFP
Catástrofe ambiental e humana
Bombeiro recolhe gaiolas no meio do mar de lama da catástrofe de Brumadinho. Foto: Adriano Machado/Reuters
Animais
Equipes de resgate voluntáriastentaramsalvar a vaca que esta atolada na lama de rejeitos de ferro. O animal teve que ser sacrificado. Foto: Wilton Junior/Estadão
Dificuldade no resgate
Bombeiros têm dificuldade de acessar algumas áreas para fazer o resgate dos sobreviventes Foto: Douglas Magno/AFP
Tragédia em Minas Gerais
Uma barragem de rejeito se rompeu em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. Foto: Douglas Magno/AFP
Tragédia em Minas Gerais
Lama destruiu estrada em Brumadinho. Foto: Washington Alves/Reuters
Tragédia em Minas Gerais
A tragédia aconteceu na altura do km 50 da Rodovia MG-040. Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
Tragédia em Minas Gerais
As barragens pertencem à mineradora brasileira Vale. Foto: Washington Alves/Reuters
Catástrofe ambiental e humana
Bombeiros tentam, sem sucesso, resgatar uma vaca atolada após rompimento de barragem. Foto: Adriano Machado/Reuters
Tragédia em Minas Gerais
Segundo informações do site da Vale sobre as barragens da região, a estrutura que se rompeu foi construída em 1976. Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
Tragédia em Minas Gerais
A prefeitura de Brumadinho pediu que a população mantenha distância do leito do Rio Paraopeba, que é um afluente do São Francisco. Foto: Douglas Magno/AFP
Tragédia em Minas Gerais
A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), responsável pelo abastecimento de água na região metropolitana de Belo Horizonte, afirmou que não ... Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas GeraisMais
Tragédia em Minas Gerais
Segundo a Vale, a área administrativa, onde estavam os funcionários, foi atingida, assim como a comunidade da Vila Ferteco. Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
Tragédia em Minas Gerais
Os bombeiros enviaram equipes com policiais civis e militares, além de enfermeiros e medicamentos. Foto: Washington Alves/Reuters
Tragédia em Minas Gerais
Kombi foi soterrada pela lama após o rompimento da barragem em Brumadinho. Foto: Washington Alves/Reuters
Tragédia em Minas Gerais
Casa foi destruída e foi soterrada pela lama após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. Foto: Washington Alves/Reuters
Tragédia em Minas Gerais
O governo federal montou um gabinete de crise em Brumadinho. Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
Tragédia em Minas Gerais
Moradores de Brumadinho observam a lama que atingiu a cidade. Foto: Washington Alves/Reuters
Tragédia em Minas Gerais
No município de Brumadinho vivem cerca de 40 mil pessoas. Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
Tragédia em Minas Gerais
O rompimento das barragens da Vale aconteceu na tarde de 25 de janeiro de 2019. Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
Tragédia em Minas Gerais
O presidente Jair Bolsonaro fez pronunciamento no Palácio do Planalto, em Brasília, sobre a tragédia em Brumadinho. Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão
Presidente Bolsonaro
Presidente Jair Bolsonaro observa destruição causada após rompimento de barragem da Vale em sobrevoo a Brumadinho Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República
Tragédia em Minas Gerais
Voluntários trazem doações para as vítimas da tragédia em Brumadinho. Foto: Paulo Fonseca/EFE
Tragédia em Minas Gerais
Bombeiros retomaram os trabalhos na manhã deste sábado, 26. Foto: Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
Tragédia em Minas Gerais
Fernando Nunes de Araujo é uma das dezenas de pessoas que começam a chegar na faculdade ASA de Brumadinho, onde deve ser divulgada a primeira lista de... Foto: Wilton Junior/EstadãoMais
Tragédia em Minas Gerais
Fernando Nunes de Araujo é uma das dezenas de pessoas que começam a chegar na faculdade ASA de Brumadinho, onde deve ser divulgada a primeira lista de... Foto: Wilton Junior/EstadãoMais
Batalha pela Vida
Bombeiros voltam enlameados após resgate em uma das áreas atingidas pelorompimento da barragem de rejeitos de Brumadinho, em Minas Gerais. Foto: Wilto...Mais
Estrada
Moradores observam trabalho dos bombeiros em estrada bloqueada pela lama em Brumadinho (MG) Foto: Wilton Junior/Estadão
Carro atolado
Um carro ficou atolado e destruído no meio da lama após o rompimento de barragem em Brumadinho (MG) Foto: Wilton Junior/Estadão
Helicoptero
Um helicóptero sobrevoa a cidade de Brumadinho, buscando vítimas após o rompimento da barragem Foto: Wilton Junior/Estadão
Bombeiros tentam encontrar sobreviventes em Brumadinho
Bombeiros tentam encontrar sobreviventes em Brumadinho após rompimento de barragem Foto: Washington Alves/Reuters
Corpo encontrado
Bombeiros carregam o corpo de uma das vítimas do rompimeto da barragem em Brumadinho até posto montado em frente da Igreja de Nossa Senhora das Dores Foto: Wilton Júnior/Estadão
Ponte
Ponte arrastada pela lama nas proximidades da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, MG, de propriedade da Vale Foto: Antonio Lacerta/EFE
Área devastada
Área devastada pela lama após o rompimento da barragem do Córrego do Feijão,de propriedade da mineradora Vale Foto: Wilton Júnior/Estadão
Equipe de resgate
Grupo de resgate caminha sobre a lama em busca de vítimas do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, emBrumadinho (MG), de propriedade da Vale Foto: Antonio Lacerda/EFE
Resgate aéreo
Equipe de resgate usa helicóptero para procurar vítimas do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), de propriedade da Vale Foto: Giazi Cavalcante/Código 19
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Nessa área, será construída uma ponte metálica para garantir que os moradores tenham acesso mais rápido ao centro de Brumadinho e à Belo Horizonte. Com o rompimento da barragem, a viagem, que leva cerca de 20 minutos, passou a ser feita em cerca de 50 minutos, e a mineradora foi obrigada a colocar uma linha ônibus passando por dentro de sua unidade para reduzir o transtorno dos moradores.
A empresa também informou que está analisando medidas para melhorar a qualidade da água que deságua no Rio Paraopeba vinda do córrego Ferro Carvão, o mais atingido pela lama. Entre essas medidas estaria a instalação de uma Estação de Tratamento de Água (ETA).
De acordo com a companhia, o monitoramento da água do Paraopeba indica que cinco barreiras (membranas) antiturbidez instaladas alcançam uma redução de 10% a 15% da turbidez da água do rio, afetado pela lama da barragem.
Leia abaixo a nota da Vale na íntegra:
A Vale segue avançando nas obras emergenciais de implantação das medidas de contenção dos rejeitos oriundos da Barragem I, da Mina de Córrego do Feijão, comunicadas à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD) em 8 de fevereiro. As ações fazem parte de um plano apresentado ao Ministério Público e aos órgãos ambientais ainda no final de janeiro.
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No chamado Trecho 1 da área afetada, faixa de 10 quilômetros de extensão que vai da Barragem 1 até o rio Paraopeba, percorrendo o Córrego Ferro-Carvão, a empresa está realizando a limpeza do local onde será implantado um dique de enrocamento (composto por blocos de rocha compactados) para a retenção dos rejeitos mais grossos e pesados. Paralelamente, está em andamento o transporte e estocagem das rochas que serão usadas na construção da estrutura.
A empresa também iniciou a remoção dos rejeitos que bloquearam um trecho da Avenida Alberto Flores e a instalação de uma barreira metálica para impedir que o material volte a cobrir a via. O trabalho ocorre em paralelo à construção de uma ponte metálica de 50 metros para restabelecer o acesso das comunidades de Parque da Cachoeira e Córrego do Feijão à área central de Brumadinho.
A ponte permitirá o tráfego de veículos em mão dupla e inclui passeio para pedestres. A Vale está empregando um método de construção que impede vibrações no solo e em estruturas vizinhas à obra.
Adicionalmente, a Vale prevê ainda a instalação de mais barreiras hidráulicas, diques de pequeno porte, para auxiliar no processo de contenção de rejeitos. Também está em estudo a implantação de uma Estação de Tratamento de Água (ETA) para redução de turbidez da água do córrego Ferro-Carvão. O objetivo é devolver a água clarificada para o curso do rio Paraopeba.
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Já no Trecho 2, área de 30 quilômetros que vai do encontro do córrego Ferro-Carvão com o rio Paraopeba até a cidade de Juatuba, conforme delimitado no plano emergencial, a Vale está mobilizando e instalando os equipamentos que serão usados na dragagem do material mais grosso, como areia e pedras. Os principais objetivos são a limpeza e o desassoreamento da calha do rio Paraopeba. O material será recolhido por duas dragas e acondicionado para destinação adequada fora da Área de Preservação Permanente (APP) do rio.
Na área denominada Trecho 3, faixa de 170 quilômetros do rio Paraopeba entre Juatuba e a Usina de Retiro Baixo, a Vale colocou em operação cinco barreiras (membranas) antiturbidez, três delas na região de Pará de Minas e outras duas na altura dos municípios de Juatuba/Betim, antes da Usina Termelétrica de Igarapé. Mais três barreiras estão em instalação na altura de Juatuba/Betim. Os monitoramentos específicos para esse fim demonstram, até o momento, que a eficiência das barreiras instaladas implica em uma redução de 10% a 15% da turbidez da água do rio.
Vale ressaltar que todas as ações estão sendo amplamente discutidas com os órgãos competentes, antes de sua implantação, e que as atividades em curso estão sendo devidamente liberadas pelo Corpo de Bombeiros e pela Defesa Civil.
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Monitoramento da água
A Vale conta, desde 28 de janeiro, com 48 pontos de monitoramento de água e sedimentos ao longo do rio Paraopeba até a Foz do rio São Francisco, com coletas diárias de água e semanais de sedimentos para análises químicas. Também são realizadas análises de turbidez da água a cada hora em outros quatro pontos.