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Vale será autuada por vazamento de duto de rejeitos em Minas Gerais

A região do Estado é a mesma que foi atingida pelo desastre ambiental com a barragem da Samarco, em Mariana

Por Mariana Durão
Atualização:

RIO - A secretaria de Meio Ambiente de Itabirito, Minas Gerais, encaminhou um auto de infração à Vale em função do vazamento em um duto de rejeitos na mina de Fábrica. A mineradora terá um prazo de 20 dias para apresentar sua defesa. É o segundo acidente envolvendo a mesma mina desde dezembro. A região do Estado é a mesma que foi atingida pelo desastre ambiental com a barragem da Samarco, em Mariana, em novembro de 2015.

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"Existe uma preocupação, porque há um potencial danoso, mas nada parecido com Mariana", disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o secretário de Meio Ambiente de Itabirito, Antônio Marcos Generoso. A controlada da Vale e da BHP Billiton tinha capacidade para depositar 300 milhões de toneladas de rejeitos. Segundo Generoso, o volume na maior barragem de Fábrica, Forquilha IV, é quase cem vezes menor: 4 milhões de toneladas.

A unidade de Fábrica fica no município vizinho de Ouro Preto, mas o episódio acabou atingindo o Rio Itabirito. De acordo com o auto, a poluição se apresentou nas formas de turbidez e assoreamento. No dia seguinte ao acidente, que ocorreu no domingo, o secretário fez uma vistoria nos dez pontos de monitoramento do curso d'água do rio. A mina de Fábrica também foi vistoriada por um fiscal, acompanhado por representantes da mineradora, para investigação.

"A notificação à empresa deve ser transformada em multa. O processo administrativo depois será encaminhado ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG)", explicou Generoso. 

O episódio será levado ao Comitê de Bacia Hidrográficas do Rio das Velhas (CBH - Rio das Velhas) e ao secretário de Meio Ambiente de Ouro Preto, Antenor Barbosa. Mais cedo, a Vale informou que o problema já foi contido e os esclarecimentos aos órgãos ambientais já foram feitos.

Essa não é a primeira ocorrência envolvendo a mina de Fábrica. Em dezembro passado o rompimento de um bueiro na mesma mina levou ao desmoronamento de parte da estrada de uma de suas cavas. Com isso foram liberados sedimentos que atingiram a unidade de Pires da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). No caso do vazamento do rejeitoduto a suspeita é de problemas de manutenção.

Os consecutivos problemas acendem o alerta na região, já traumatizada por outros episódios. Além do caso Samarco, em setembro de 2014, uma barragem de rejeitos da mineração Herculano se rompeu em Itabirito, matando trabalhadores e atingindo afluentes do Rio das Velhas, que abastecem Belo Horizonte e cidades da região metropolitana.

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