Van deverá ser retirada pelo túnel do Metrô em poucas horas

Equipes conseguiram puxar o veículo dos escombros da cratera para o túnel, mas corpos das vítimas ainda não puderam ser visualizados dentro do veículo

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Por Agencia Estado
Atualização:

As equipes do Corpo de Bombeiros conseguiram puxar, no final da manhã desta quinta-feira, 18, o poste que bloqueava a saída do microônibus preso nos escombros do desabamento do canteiro de obras da futura Estação Pinheiros da Linha 4-Amarela do Metrô. O capitão da corporação, Mauro Lopes, explicou que o veículo foi içado para o chão do túnel, mas ainda há muita lama no local. Ele acredita que a operação possa ser finalizada em poucas horas por ter concluído "a etapa mais difícil". "O trabalho deverá ser mais fácil porque agora a van está no chão. Antes havia um poste e outros destroços que impediam a remoção dela", disse Lopes, acrescentando que ainda não foi possível visualizar vítimas dentro do veículo. A notícia sobre o avanço na remoção do microônibus foi recebida com aplausos pelas famílias das vítimas que permaneciam no local. O trabalho de retirada da terra continua sendo feito manualmente por cerca de 30 bombeiros, para evitar outros deslizamentos. O último ocorreu por volta das 11 horas quando a terra deslizou da parte superior da cratera, devido à infiltração de água, causada pelas chuvas. O microônibus estava preso entre o teto do túnel que liga a futura estação Pinheiros à estação Faria Lima e a superfície da cratera aberta com o deslizamento de terra, na sexta-feira, 12. Segundo os bombeiros, o veículo deve sair pelo túnel da Faria Lima. Entre a madrugada e a manhã desta quinta, ele havia sido puxado por quatro metros. Varredura Depois da retirada da van, uma nova varredura será feita no local do acidente para que cães farejadores possam verificar a presença de outras vítimas, já que os bombeiros trabalham em busca de três pessoas, sendo que outros três corpos já foram retirados do local. Porém, familiares do office-boy Cícero Augustino da Silva informaram a equipe de resgate que ele está desaparecido desde a tarde de sexta-feira e pode ser uma das vítimas do desmoronamento de sexta-feira. Durante a madrugada de quarta-feira, o corpo de Francisco Sabino Torres, de 47 anos, motorista que trabalhava no Consórcio Via Amarela, foi encontrado no local do acidente. Ele foi a terceira vítima a ser resgatada no local; no fim da tarde de terça-feira, 16, os bombeiros resgataram o corpo da advogada Valéria Alves Marmit, de 37 anos. Ela estava dentro da van que passava pela Rua Capri e caiu na cratera aberta na sexta-feira. A primeira vítima encontrada foi Abigail Rossi de Azevedo, aposentada de 75 anos, que ia em direção à estação da CPTM de Pinheiros pela Rua Capri quando aconteceu o acidente na região. O marido a esperava na estação de trem para levá-la para casa, depois de uma consulta médica. Apoio jurídico O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), afirmou nesta quinta que a administração municipal estuda medidas em forma de benefícios aos moradores da região que foram atingidos pelo desmoronamento. Segundo o prefeito, essas medidas ainda não foram definidas, mas poderão ser empregadas nos próximos dias. De acordo com a reportagem da Rádio Eldorado, Kassab mandou um recado às seguradoras que cobrem toda a obra da linha 4. A prefeitura vai endurecer e "para não brincarem com os proprietários da região, uma vez que a prefeitura vai disponibilizar todo o aparato jurídico do município que forem necessários para que essas pessoas que morem na região sejam indenizadas". Colaboraram Solange Spigliatti e Christiano Panvechi

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