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Varanda, espaço gourmet e garage band para ficar igual ao vizinho

Segundo a Comgás, de 2005 para cá, região metropolitana de SP também ganha uma piscina aquecida por dia

Por Sérgio Duran
Atualização:

Idealizador de prédios admirados no Morumbi, zona sul paulistana, o arquiteto Roberto Candusso viveu um impasse quando adquiriu uma unidade do Edifício Marambaia, nos Jardins, de quase 500 metros quadrados de área útil. Apesar da dimensão generosa, o condomínio tinha um térreo pobre e uma arquitetura, no mínimo, ultrapassada. "Arquiteto é louco, pois eu vou ser mais ainda e vou enfiar varandas aqui", pensou. Após a reforma, que custou R$ 170 mil para cada um dos proprietários, o edifício passou a ser símbolo do retrofit paulistano. Além da varanda, feita de estrutura metálica, o térreo ganhou novo paisagismo, piscina reformulada, salão de festas e academia. Conclusão: o preço do apartamento quintuplicou. O de Candusso, no quinto andar, foi comprado por R$ 550 mil. "Imagine o absurdo de pagar R$ 1.500 por metro quadrado nos Jardins", diz. A reforma também rendeu dividendos profissionais a Candusso, um dos arquitetos que mais assinam lançamentos imobiliários na capital. Além de produzir novas construções, passou a se dedicar à modernização de antigas, em associação com outro arquiteto, Olavo Oncken. "Estamos fechando um projeto atrás do outro", diz ele, que agora cuida de seis reformas. Entre os 1.100 condomínios administrados pela Lello já se construiu de tudo, segundo a gerente de Marketing Angélica Arbex. Recentemente, o espaço gourmet e o garage band - sala com vedação acústica para moradores que gostam de tocar instrumentos musicais - têm conquistado espaço. Mas são as piscinas as campeãs entre os itens construídos. São Paulo vive uma onda de aquecimento de piscinas. Segundo dados da Comgás, de 2005 para cá a região metropolitana ganha praticamente uma piscina aquecida por dia. Os setores elétrico, em convênios com a Eletropaulo, e solar aquecem mais outras três diariamente. E ainda há espaço para crescer. Apenas a cartela de clientes da concessionária de gás tem 12 mil condomínios na região. Segundo José Eduardo Moreira, gerente de Vendas da Grande São Paulo da Comgás, há dois mercados na concessionária, o de novos condomínios e o de antigos. O primeiro dá conta de 200 piscinas por ano, enquanto o segundo, de 150. CUSTOS De acordo com Moreira, uma piscina padrão (de 4 por 8 metros e 45 mil litros de água) custa R$ 10 mil para ser aquecida e cerca de R$ 600 mensais a mais na conta de gás do condomínio. Mas o aquecimento a gás, em um prédio que usa o combustível apenas nos fogões, leva a um aumento de pelo menos 100% no consumo. "Quando o prédio usa gás para aquecer água, por exemplo, cai para 20% a 30%", explica Moreira. "É um investimento que compensa. São Paulo tem um clima que não favorece as piscinas." O sistema permite que a água fique a uma temperatura de 28 graus durante todo o ano. O normal em São Paulo é entre 19 e 20 graus. Hoje, dependendo do contrato, a concessionária oferece kits e instalação do maquinário. O sistema elétrico trabalha com o chamado trocador de calor, um ar-condicionado invertido, que retira ar quente do ambiente e passa para a água. OUTROS PADRÕES "Antigamente, aquecer piscinas era para condomínios de alto padrão. Hoje, não", diz Jaime Sillos, gerente de Vendas da Heliotek, líder no setor que firmou convênio com a Eletropaulo. "Uma piscina de 45 mil litros sai por R$ 6 mil", diz.

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