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Veja como se adaptar ao horário de verão, que começa neste domingo

Evitar o uso de celular antes de dormir e praticar exercícios físicos são recomendações de especialistas

Por Ana Beatriz Assam e Matteo Bianucci
Atualização:
Com o início da medida, relógios devem ser adiantados em uma hora. Foto: Estadão

Após polêmica sobre um possível cancelamento do horário de verão por decisão do governo federal, o período em que os relógios deverão ser adiantados em uma hora terá início neste domingo, 15. Com a medida mantida, pelo menos por este ano, aqueles que têm dificuldade de se adaptar ao novo horário vão precisar encontrar alternativas para encarar a mudança sem tanto sofrimento, já que o organismo pode demorar até uma semana para se ajustar à nova rotina.

Para o neurologista Luciano Ribeiro, presidente da Associação Brasileira do Sono, a dificuldade de adaptação pode variar muito entre as pessoas, especialmente para quem tem de acordar em um horário fixo ou para pessoas mais velhas.  “Se você pensar nos idosos, são pessoas que já têm problema de ritmo, porque isso envolve o que a gente chama de ritmo biológico”, afirma o médico. “Mas a maioria das pessoas se adapta a mudança no relógio em cinco ou sete dias”. 

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A adaptação necessária não é tão grande como em situações de jet lag, por exemplo, quando a pessoa cruza muitos fusos horários em pouco tempo e o ritmo de vigília e sono é totalmente invertido. Nesse caso, o neurologista acredita que há um comprometimento de todo o organismo. “Não é só o problema do sono, a gente pode ter sintomas físicos até nosso relógio se adaptar a um novo horário”, afirma. 

Ainda assim, existe uma interação entre o horário de verão e os momentos nos quais os hormônios são produzidos que pode causar problemas durante o período de adaptação. 

De acordo com o médico endocrinologista Bruno Halpern, estudos mostram que o índice de infartos aumenta na semana em que o ajuste é adotado, consequência de o organismo ser obrigado a acordar em um momento no qual ainda não está pronto, dessincronizando o ritmo biológico interno. 

"Dependendo de como é o nível dos hormônios quando você acorda, somos obrigados a aumentar a pressão arterial e a frequência cardíaca muito rapidamente, isso pode aumentar a chance de infarto nesse primeiro momento", afirma. 

Para prevenir essa situação, ambos os médicos recomendam que as pessoas tentem ir se adaptando à mudança gradativamente dias antes da mudança de horário, acordando um pouco mais cedo a cada dia. 

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Também devem fechar o ambiente e apagar todas as luzes à noite, antes de dormir, para que o corpo entenda que já está na hora de descansar. Já durante a manhã, todas as janelas devem ser abertas para que o corpo entenda que deve despertar. 

Além disso, é importante evitar o uso de computador e celular antes de ir para a cama, pois esses aparelhos emitem luzes que dificultam a produção de melatonina, o hormônio que induz o sono. “Quanto mais tarde a gente começa a produção de melatonina, mais dificuldade vai ter no dia seguinte”, diz Halpern. 

Outra dica é aproveitar o dia com mais horas de sol para fazer exercícios. Para o educador físico Aylton José Figueira Junior, essa é uma tendência entre as pessoas, que veem no horário de verão uma maneira mais prazerosa de praticar atividade física, considerando que as horas no final da tarde são as mais amenas, com um menor impacto da temperatura do ambiente sobre nosso corpo. “Por isso os países que têm mais tempo de luz, como os da Europa, por exemplo, são também os países mais ativos fisicamente", afirma. 

A sugestão do educador é que as pessoas aproveitem o período mais prolongado de sol para fazer atividades ao ar livre, como caminhar, pedalar e andar de patins.

Economia de energia

Criado em 1931 com o objetivo de reduzir o consumo de energia elétrica nos meses mais quentes do ano, o horário de verão vale 10 estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

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