Veja outros casos de agressões a negros no Brasil neste ano

Vereadora foi atacada por perfil falso e publicitário foi agredido no centro de São Paulo

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Por Redação
Atualização:

Nos últimos meses, casos de agressão e ameaças a negros ocuparam o noticiário. Primeira negra eleita vereadora na cidade de Joinville (SC), Ana Lucia Martins (PT) foi alvo de ataques racistas nas redes sociais nesta semana. Um perfil falso, de pessoas que se dizem membros de uma denominada “juventude hitlerista”, publicaram mensagens de ódio e com ameaças de morte. “Agora só falta a gente m4t4r el4 e entrar o suplente que é branco (sic)”, dizia uma das mensagens. Ela registrou boletim de ocorrência.

No Rio, jovem de 18 anos foi ameaçado por dois homens que se identificaram como policiais enquanto aguardava atendimento Foto: Reprodução

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No dia 4 de outubro, o publicitário Robson Vieira, de 33 anos, foi agredido com socos e chutes por três homens enquanto passeava com o seu cachorro na Rua Martins Fontes, na Consolação, região central de São Paulo. A agressão foi filmada por moradores de um dos prédios vizinhos e as imagens ganharam repercussão, com pedidos de punição aos agressores. Eles foram detidos, mas liberados após registro da ocorrência na delegacia. 

Robson afirmou em rede social que o motivo da agressão foi o fato de ser gay e negro. "Eu estava passeando na rua e eles começaram a me insultar me chamando de negro safado e vieram para cima de mim", diz. 

No Rio de Janeiro, o jovem Matheus Fernandes, de 18 anos, foi ao shopping para trocar um relógio que daria de presente ao pai. Entregador de comida por aplicativo, ele foi rendido e ameaçado por dois homens que se identificaram como policiais enquanto aguardava atendimento em uma loja do Ilha Plaza Shopping, na Ilha do Governador (zona norte do Rio), em 6 de agosto.

“Eles tiraram foto minha, e eu senti que tinha alguma coisa errada”, contou o entregador em um vídeo divulgado pelas redes sociais. “Eles vieram falar que eu era suspeito de furto, porque estava com um relógio, mesmo tendo a etiqueta e a nota fiscal. Aí disseram que eu sou suspeito de furto, e começaram a me segurar, empurrar, balançar. Quando menos esperei, o rapaz da camiseta vermelha me deu uma banda, sacou a pistola pra cima de mim, botou a pistola aqui (aponta a cabeça), pensei que ele ia me matar. Eu comecei a gritar, para ver se alguém que me conhecia tomava alguma providência".

Mais casos

 Em agosto deste ano, funcionários de uma unidade do Carrefour no Recife (PE) cobriram com guarda-sóis e caixas de papelão o corpo de um promotor de vendas que morreu durante o trabalho. O supermercado continuou em funcionamento. 

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Em setembro do ano passado, um jovem negro de 17 anos foi torturado após ter sido flagrado roubando uma barra de chocolate no supermercado Ricoy, na Zona Sul de São Paulo. A vítima relatou ter sido despida, amordaçada, amarrada e na sequência ter sido torturada com um chicote de fios elétricos trançados. A Justiça de São Paulo inocentou os ex-seguranças Davi de Oliveira Fernandes e Valdir Bispo dos Santos da acusação de tortura.

Em fevereiro do ano passado, um jovem negro de 19 anos morreu após ser asfixiado por um segurança no supermercado Extra, na unidade da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. No mês seguinte, um homem negro de 38 anos foi torturado e filmado por funcionários do supermercado Extra do Morumbi, zona sul da cidade de São Paulo. Ele tinha tentado furtar um pedaço de carne. Os seguranças o amarraram, tiraram suas calças e deram choques e vassouradas.

Também em março do ano passado, Luis Carlos Gomes, negro, tomou uma lata de cerveja no interior da unidade do Carrefour do bairro Demarchi, em São Paulo. Mesmo após informar que iria pagar pelo item consumido, foi perseguido e agredido por um segurança e o gerente do supermercado. Ele teve múltiplas fraturas.

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