Vendedora nega ter jogado filha na lagoa e pede sua guarda

Bebê de apenas dois meses foi encontrado boiando na Lagoa da Pampulha

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Por Agencia Estado
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A vendedora Simone Cassiano da Silva, de 28 anos, negou, diante do 1º Tribunal do Júri, em Belo Horizonte, que tenha jogado a própria filha na Lagoa da Pampulha, na capital mineira, há quase um ano. Ela disse, ainda, que pretende reaver a guarda da criança. Acusada pelo crime, Simone começou a ser julgada nesta sexta-feira, 19 e responde por tentativa de homicídio por motivo torpe e com uso de meio cruel. A vendedora pode pegar de 12 a 30 anos de prisão, em regime fechado. O episódio ocorreu em 28 de janeiro de 2006. A criança, que na época tinha apenas dois meses, foi encontrada boiando na lagoa, enrolada em um saco de lixo. Ela foi salva por um casal que caminhava no local e ouviu o choro da menina. O julgamento é realizado sob forte esquema de segurança, no Fórum Lafayette, e atrai um grande número de curiosos. A previsão é de que a sentença saia neste sábado, 19. Depoimento Simone depôs durante uma hora e quarenta minutos e repetiu a versão dada na época do crime. A vendedora afirmou ter entregue a filha a um casal de moradores de rua. Simone se declarou arrependida pelo que fez, mas disse não ter condições de criar a menina, que nasceu prematura e necessitava de cuidados especiais. "Eu amo a minha filha e me considero uma ótima mãe", afirmou, diante do juiz Leopoldo Mameluque. Durante o depoimento, Simone se mexeu muito na cadeira e consultou seguidas vezes o advogado de defesa, Mateus Vergara. A vendedora, no entanto, respondeu todas as perguntas feitas pelo advogado, pelo juiz e pelo promotor Luciano França da Silveira Júnior. Ela também foi questionada por dois dos sete jurados. A vendedora está presa desde fevereiro do ano passado. Simone disse que foi agredida, no dia da prisão, por um delegado. Ele teria dado socos no estômago dela e obrigado a vendedora a falar com os jornalistas. Após o depoimento da ré, o juiz começou a ler os autos do processo. Até o início da noite, não haviam começado os depoimentos das nove testemunhas, cinco de acusação e quatro de defesa. Adoção A criança atirada na lagoa tem hoje 1 ano de idade e vive com um casal que a adotou logo após o crime. Batizada na época como Letícia, a menina ganhou um novo nome dos pais adotivos, mantido em segredo por determinação da Justiça, assim como a identidade do casal.

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