Um ciclone extratropical, que se formou na costa brasileira entre a noite de terça-feira, 9, e a madrugada de quarta-feira, 10, provocou quedas nas temperaturas, chuvas fortes e rajadas de ventos de até 100 km/h nos Estados do Sul e do Sudeste do País. No Rio, o prefeito Eduardo Paes (PSD) emitiu alerta nesta quinta-feira, 11, nas redes sociais informando que a cidade está em "estágio de mobilização". Na capital paulista, a sensação térmica nesta madrugada foi de 3ºC, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas.
Por conta da mudança nas condições do tempo, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu nesta semana alertas para diferentes regiões de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná e também para São Paulo e Rio de Janeiro.
Segundo o Inmet, entre 4h e 5h a velocidade dos ventos atingiu 93,6 quilômetros por hora (km/h) na estação Forte de Copacabana, na zona sul da cidade. No mesmo local entre 2h e 3h da madrugada foi registrado vento de 76,7 km/h. Permanece alerta de perigo para a possibilidade de rajadas de mais de 80 km/h, podendo chegar a 100 km/h em pontos do litoral. "Todo cuidado nessa manhã com ventos muito fortes", escreveu Paes.
Nas redes sociais, cariocas fizeram publicações brincando com os efeitos dos ventos na cidade.
Na quarta-feira, a forte ventania, em decorrência do ciclone extratropical, também chegou ao Estado de São Paulo. Por conta da instabilidade no tempo, o Corpo de Bombeiros registrou 196 pedidos para atender a ocorrências de quedas de árvores ao longo do dia na região metropolitana da capital paulista. No município de São Paulo, onde os ventos chegaram a 74 km/h, a Prefeitura informou que a Defesa Civil atendeu 38 ocorrências do tipo - e mais 15 de quedas de galhos. Duas pessoas ficaram feridas.
Conforme o MetSul Meteorologia, o vento mais forte que costuma ocorrer quando da atuação ciclones no Uruguai, Argentina e no Rio Grande do Sul, desta vez permaneceu em áreas mais ao norte e menos acostumadas a enfrentar ventania forte a intensa por causa deste tipo de sistema, como os litorais dos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, que terão fortes a intensas rajadas até esta quinta-feira.
No Paraná e em Santa Catarina, os efeitos mais intensos provocados pelo ciclone extratropical, com ventos de mais de 100 km/h, foram sentidos em várias localidades litorâneas, assim como capitais, ao longo de quarta-feira e primeiras horas desta quinta-feira.
O ciclone extratropical é resultado de uma confluência de ventos em direção a um centro de baixa pressão atmosférica, que está associado às chuvas e à instabilidade — a pressão atmosférica é um dos fatores que determinam as condições do tempo. O fenômeno é comum no Brasil e tende a se deslocar pela costa gerando chuvas, ventos, altas ondas e ressaca. A sua formação, diferente dos ciclones tropicais (que são os furacões), acontece mais afastada dos trópicos — por isso o nome "extratropical".
Previsão do tempo para os próximos dias
De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas , a tendência para os próximos dias é de que a intensidade dos ventos diminua. Nesta quinta-feira, a previsão do centro de gerenciamento para São Paulo é de chuvisco, nuvens carregadas, e com temperatura mínima de 11ºC para a capital paulista. Nesta madrugada, segundo o CGE, a sensação térmica chegou a 3ºC.
Para sexta-feira, 12, a previsão é de tempo mais estável e predominância de ar seco e do frio. Os termômetros vão oscilar entre a mínima de 10°C e a máxima de 18°C.
No Rio de Janeiro, a temperatura nesta quinta e também na sexta-feira não deve passar de 23ºC. A mínima prevista é de 15ºC. Há ainda alerta da Marinha para possibilidade de ressaca nos próximos dois dias, com ondas de até seis metros. A chuva deve parar até sábado, 13.