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Vereador goiano é acusado de envio de pessoas aos EUA

Sérgio Pereira Nunes seria o chefe da quadrilha que mandava brasileiros ao país; grupo mantinha pessoas em cárcere privado até quitação de supostas dívidas

Por Agencia Estado
Atualização:

Sete suspeitos de enviar brasileiros ilegalmente para os Estados Unidos foram denunciados na última quarta-feira, 31, pelo procurador da República em Goiás Daniel de Resende Salgado. Entre os acusados pelo envio dos brasileiros, geralmente por meio da fronteira com o México, estão Sérgio Pereira Nunes, vereador no município de Guapó, a 40 quilômetros de Goiânia, Williamar Cardoso de Faria, Reginaldo Francisco de Araújo, Davi Pereira da Silva, Iris Domingues Bezerra, José Castilho de Oliveira e Darcione Cardoso de Oliveira. De acordo com a apuração do Ministério Público Federal (MPF) de Goiás, o grupo começou a atuar em 2000, quando Sérgio Nunes, Williamar Faria e Reginaldo Araújo criaram em Goiânia, com nomes falsos, a SWR - Agência de Viagens e Turismo, que no lugar de vender passagens para o exterior, atuava na obtenção, montagem e adulteração de documentos e de vistos consulares para introdução de brasileiros nos EUA. Segundo a denúncia, o vereador era o chefe da quadrilha; Reginaldo, além de figurar como sócio na agência, era o encarregado de receber, nos EUA, os brasileiros, e cobrar dívidas relativas ao envio de pessoas; o advogado José Castilho de Oliveira, por sua vez, era o braço jurídico da quadrilha, encobrindo os crimes dos sócios da empresa. O responsável pelo auxílio na falsificação de documentos era Davi Pereria, ele também indicava pessoas interessadas em ingressar nos EUA; Iris Domingues Bezerra, além de servir como coiote, conduzindo brasileiros durante a travessia aos EUA, também auxiliava o grupo no recebimento de dinheiro e na cobrança de dívidas. Sérgio Nunes, José Castilho e Darcione de Oliveira, mediante a utilização de documentos falsos, promoveram e auxiliaram a efetivação do envio de menores cujos pais já se encontravam nos Estados Unidos. Além de confeccionar passaportes e vistos consulares falsos, a quadrilha apropriava-se de documentos de terceiros, com o objetivo de utilizá-los para fazer outros documentos e, ainda, prometia ingresso nos EUA, mediante pagamento, sem honrar seus compromissos, causando prejuízo para as suas vítimas. Com a conivência da quadrilha, diversos brasileiros, durante a travessia via México, foram privados de sua liberdade e mantidos em cárcere privado, até a quitação de supostas dívidas com os chamados coiotes. Ainda segundo o MPF, os envolvidos no esquema criminoso foram denunciados por formação de quadrilha, falsificação de documento público, falsificação de documento particular, falsidade ideológica, seqüestro, cárcere privado em território estrangeiro, estelionato, apropriação indébita e por promover ou auxiliar no envio de criança ou adolescente para o exterior ilegalmente, com o objetivo de obter lucro.

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