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Vereador quer retirar artigo sobre nepotismo do Código de Ética

Por Agencia Estado
Atualização:

Em meio à polêmica sobre as denúncias de nepotismo (contratação de parentes para o serviço público) na Câmara Municipal de São Paulo, o vereador e pré-candidato ao governo do Estado Carlos Apolinário (PGT) encontrou uma solução para encerrar a discussão: eliminar da proposta de Código de Ética da Câmara o artigo que proíbe o vereador de contratar parentes para cargos no Palácio Anchieta. Desde o ano passado, o Legislativo discute a criação do código. A proposta ganhou fôlego em 1998, quando vários vereadores foram acusados de participação em irregularidades administrativas e de influência política em órgãos do governo. Em 2000, a vereadora Aldaíza Sposati (PT) elaborou uma proposta de código. Hoje, Apolinário apresentou um substitutivo ao projeto, com algumas alterações. A principal é a que elimina a proibição de contratar parentes. "Quis fazer um código mais enxuto", justificou. "Nepotismo é termo do passado, quando a pessoa queria se perpetuar no poder." Segundo Apolinário, que afirma não empregar parentes no gabinete, o próprio político deve estabelecer critérios. "O parente não pode ser encarado como um leproso", disse. Citou por exemplo, uma mulher que tenha condições técnicas de exercer determinada função. "Por que não posso contratá-la se é boa profissional?" Ele ainda que suprimir o inciso 9 do artigo 3.º da proposta de Aldaíza, pelo qual o parlamentar deve "abster-se do uso de recursos públicos para fins pessoais e privados". "Para isso, já há uma legislação", defendeu. "O parlamento foi eleito para renovar práticas e o fim do nepotismo é uma exigência cada vez maior da sociedade", rebateu Carlos Neder (PT). Segundo ele, o partido deve reunir-se para discutir o tema. O presidente da Câmara, José Eduardo Cardozo (PT), afirmou que o substitutivo deve ser analisado pelo colégio de líderes, antes de ser votado.

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