O presidente da Câmara Municipal de Foz do Iguaçu, Adilson Ramirez Rabelo (PSB), de 45 anos, sofreu um atentado na manhã desta segunda-feira ao sair de uma audiência pública que acontecia em um hotel no centro da cidade. Quando o carro em que estava, dirigido por um sobrinho, parou num sinal, uma motocicleta chegou ao lado. O caroneiro atirou duas vezes contra o vereador, atingindo o lado direito da cabeça dele. O vereador passou por uma cirurgia na Santa Casa Monsenhor Guilherme e seu estado era considerado grave. O presidente municipal do PSB, Erivelto Martins da Silva, preferiu não comentar os motivos que teriam levado o vereador a sofrer o atentado. "Vamos deixar que a polícia faça a investigação", afirmou. Em ofício ao governador Roberto Requião (PMDB), que acumula o cargo de secretário de Segurança Pública, o presidente estadual do partido, Severino Nunes de Araújo, pediu "rigorosa investigação", manifestando-se "esperançoso de não ter conotação política". No entanto, o assessor do ex-presidente da Câmara, vereador Dilto Vitorace (PT), e membro da direção regional do PT, André Aliana, afirmou que "só tem conotação política". Segundo ele, 15 ou 20 minutos depois do atentado, antes que a imprensa pudesse divulgar, o que poderia gerar trote, alguém telefonou para a recepcionista da Câmara, dizendo: "Vocês estão felizes agora? Se preparem que o próximo é o Vitorace". Aliana disse que o PT iria pedir à Superintendência da Polícia Federal que assumisse às investigações, visto que Vitorace é suplente de deputado federal. Segundo o assessor petista, desde o fim do ano passado, quando Rabelo, que tem o apoio do PT, assumiu o cargo, houve "grande confusão política" e ameaças. Neste domingo haveria sessão para escolha dos nomes que comporiam as comissões, mas os vereadores aliados ao prefeito Sâmis da Silva (PMDB), a quem PSB e PT fazem oposição, teriam se retirado da sala. Sem quórum, Rabelo teria nomeado ele próprio as comissões. O prefeito divulgou uma nota dizendo "lamentar e repudiar os fatos violentos". Ele disse que estava com Requião quando soube do atentado e pediu uma "equipe específica" para trabalhar na investigação. O governo do Estado distribuiu release, dizendo que o governador descarta a hipótese de conotação política. A polícia deve investigar também se o atentado não tem ligação com as atividades do irmão do vereador, Domilson José Rabelo, de 44 anos, que está detido na Prisão Provisória de Curitiba por tráfico de drogas.